Zoológicos podem ser comparados a bancos. Dependendo da instituição, os animais que ali vivem são o que há de mais raro e valioso da biodiversidade, com muitos bichos pertencentes a espécies ameaçadas de extinção. Por conta disso e dos riscos para população (não só visitantes, mas moradores das vizinhanças) em caso de bichos saírem de seus recintos, uma boa infraestrutura de segurança é necessária.
Mas não é isso que ocorre no zoológico de Sapucaia do Sul, administrado pela Fundação Zoobotânica do governo do Estado do Rio Grande do Sul.
“Alvo de um possível processo de privatização, o Zoológico de Sapucaia do Sul entrou na mira de furtos que expuseram a precária estrutura de segurança do local. Onze animais (nove pássaros e dois porcos-selvagens) foram levados do parque em um intervalo de uma semana em setembro. Nos meses anteriores, também houve arrombamentos e troca de tiros entre vigilantes e indivíduos avistados na madrugada. Os casos são investigados pela Polícia Civil.
Em junho, entre R$ 6 mil e R$ 10 mil foram levados de um cofre do zoo. No mês seguinte, houve o tiroteio, e os suspeitos fugiram sem levar nada. Em setembro, roubaram ferramentas de um galpão, e, a partir daí, tiveram início os furtos dos bichos: três papagaios no dia 17, dois suínos da espécie queixada no dia 23 e outros seis pássaros no dia 24.
(…) Para a administração do zoo, se trata de uma quadrilha especializada, mas a polícia ainda não tem suspeitos. Há informações de que os animais tenham sido oferecidos para venda nas imediações do parque, porém, nem o tráfico internacional está descartado. A Delegacia do Meio Ambiente (Dema) deve assumir as investigações sobre o furto dos bichos.” – texto da matéria “Polícia Civil investiga furto de animais do Zoológico de Sapucaia do Sul”, publicada em 2 de outubro de 2015 pelo site do jornal gaúcho Zero Hora
De acordo com a matéria “Polícia investiga furto de animais no Zoológico de Sapucaia do Sul”, publicada em 2 de outubro de 2015 pelo site do jornal Diário de Canoas, pelo menos 15 ataques ao zoológico ocorreram desde janeiro.
‘”Só no hospital veterinário entraram cinco vezes e levaram todos os passarinhos que eram de apreensão. O governo diminuiu o número de guardas no parque. São apenas quatro para cuidar de 56 hectares. Parecem que querem acabar aos poucos com o Zoo”, lamenta o servidor.” (funcionário pediu para não ser identificado na matéria)
Vale destacar que um edital para privatização zoológico está em estudo pela Secretaria do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento Regional, mas não há previsão para seu lançamento. Ao mesmo tempo, tramita na Assembleia Legislativa o projeto de lei que prevê a extinção da Fundação Zoobotânica, responsável pelo zoo.
Ao que parece, o falido governo do Rio Grande do Sul está querendo reduzir ao máximo seus gastos e o zoológico está entre as instituições afetadas. De qualquer forma, os animais que vivem em Sapucaia do Sul não podem sofrer com o descaso do poder público e serem alvo de traficantes.
– Leia a matéria completa do Zero Hora
– Leia a matéria completa do Diário de Canoas