Por Luciana Ribeiro
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Nomes populares: papagaio-de-peito-roxo, peito-roxo, aiurueba, anacã, coraleiro, crau-crau, curraleiro, jureba, jurueba, papagaio-caboclo, papagaio-curraleiro, papagaio-de-coleira, paracuã, quero-quero, téu-téu , quiréu e xauá
Nome científico: Amazona vinacea
Estado de conservação: "em perigo" na lista vermelha da IUCN e "vulnerável" na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Se você for pesquisar sobre o papagaio-de-peito-roxo vai descobrir que ele é endêmico da Mata Atlântica (só existe nesse bioma), vive principalmente em florestas de Araucárias e se alimenta de frutos, folhas, flores e sementes, incluindo o pinhão. E que assim ele cumpre um importante papel ecológico, a dispersão de sementes. Isso tudo, é claro, quando existem as florestas e as sementes.
O desmatamento e a coleta exagerada de pinhão contribuíram intensamente com a ameaça de extinção sofrida pela espécie. Se há não muito tempo era possível ver bandos de papagaios-de-peito-roxo voando nos céus, hoje ele não é mais encontrado na maior parte das regiões onde vivia. Mas este papagaio não é vítima só da perda de habitat, ele também é alvo do comércio ilegal de animais.
O Instituto Espaço Silvestre mantém desde 2010 um projeto de reintrodução da espécie no Parque Nacional das Araucárias, em Santa Catarina. Até hoje, já foram soltos ali 76 papagaios vítimas do tráfico de animais silvestres. (Você pode conhecer melhor esse projeto em www.espacosilvestre.org.br). O processo de volta à liberdade é longo e nem todas as aves conseguem completá-lo. Elas passam por exames clínicos e laboratoriais e por treinamentos comportamentais para prepará-las para a vida na natureza.
Facilmente identificado pelas penas roxas do peito, o papagaio-de-peito-roxo tem cerca de 35 centímetros de comprimento. Ele pode viver por até 30 anos e normalmente nascem de dois a quatro filhotes por período de reprodução, que vai de agosto a janeiro. A espécie é monogâmica e constrói seus ninhos em ocos de árvores. Os ovos são chocados pela fêmea e ela é alimentada pelo macho durante esse período. Os filhotes abandonam o ninho com cerca de dois meses e se separam dos pais seis ou oito meses depois, quando começa um novo período de acasalamento.