Em 27 de novembro de 2015, o Fauna News publicou o post “Jaguatirica morre atropelada em estrada recém-asfaltada no MS”, em que comentou um caso ocorrido na MS-040, a 20 quilômetros de Campo Grande (MS). Um novo caso aconteceu com a mesma espécie, desta vez a BR-267, em Jardim, também no Mato Grosso do Sul.
“Em quase todas as rodovias de Mato Grosso do Sul tem ocorrido um alto índice de atropelamentos de animais silvestres. Na manhã desta quarta-feira (9), na BR 267, os Policiais Militares Ambientais de Jardim, distante 239 km de Campo Grande, recolheram uma Jaguatirica atropelada e morta, a 15 km da cidade. As condições do animal indicavam que o bicho teria sido atropelado pela madrugada.
O animal será recolhido para Campo Grande e será taxidermizado, empalhado para ser utilizado em trabalhos de Educação Ambiental, em uma oficina denominada museu de fauna. O trabalho é desenvolvido da seguinte forma: durante a visitação ao museu (estande), o policial ambiental, ou criança do Projeto Florentina, ministra palestra sobre os problemas relativos à fauna, tais como: tráfico, caça, pesca predatória, entre outros. Fala também sobre a cadeia alimentar, a origem de cada animal que ali está, assim como a importância da conservação de cada um em seu habitat para manter o equilíbrio ecológico como: controle de pragas, doenças causadas pela ingestão da carne desses animais e dos riscos do contato em cativeiro, especialmente de doenças, visto que 75% das doenças inseridas nas populações humanas são de origem zoonótica.” – texto da matéria “Segunda jaguatirica atropelada em rodovia”, publicada em 9 de dezembro de 2015 pelo site do jornal Correio do Estado (MS)
A matéria toda (cujo link está abaixo) dá bastante destaque ao trabalho de taxidermia (empalhar) feito pela PM Ambiental do Mato Grosso do Sul, aproveitando os cadáveres de animais silvestres. Parabéns à corporação pela iniciativa, que faz parte de um projeto de educação ambiental desenvolvido pelos policiais.
Chama a atenção, na matéria, a completa ausência de pesquisa sobre se a rodovia possui infraestrutura para reduzir os atropelamentos de fauna (passagens de fauna, cercas, sonorizadores no asfalto para afugentar os animais, etc.). Já passou da hora de os jornalistas pararem de apenas noticiar o atropelamento sem tentar entende o motivo do ocorrido. O leitor tem de saber que, no Brasil, há muito pouco investimento em estruturas e trabalhos de educação ambiental visando diminuir o impacto das estradas na vida selvagem.
Enquanto isso, 475 milhões de animais silvestres morrem atropelados todos os anos nas estradas e rodovias do Brasil (estimativa do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas). Um massacre.
– Laia a matéria completa do Correio do Estado
– Releia o post "Jaguatirica morre atropelada em estrada recém-asfaltada no MS", publicado em 27 de novembro de 2015 pelo Fauna News
– Saiba mais sobre atropelamentos de animais silvestres em estradas e rodovias