
Por Luciana Ribeiro
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Nome popular: piranha-vermelha
Nome científico: Pygocentrus nattereri
Estado de conservação: sem classificação na lista vermelha da IUCN e não consta da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ela é, sim, um predador voraz. Mas o cinema e a fama fizeram dela um monstro que não corresponde à realidade. A piranha é um dos peixes mais famosos que habitam o sistema fluvial da América do Sul. E a piranha-vermelha é a mais comum em nossos rios, encontrada nas bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins, Prata, São Francisco e açudes do Nordeste, além de rios da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Ela vive em águas barrentas, em cardumes que podem ter até mais de uma centena de indivíduos. Assim, em grupo, fica mais fácil para caçar suas presas e para se proteger de predadores como o jacaré.
A piranha é um peixe de escamas, com o corpo anguloso e comprido, que chega a 30 cm e 2,5 kg. O focinho é curto e arredondado e uma poderosa mandíbula saliente abriga seus famosos e afiados dentes.
Os dentes da piranha têm formato triangular e são verdadeiras navalhas pontiagudas. Essa dentição não foi feita para mastigar, mas sim para cortar. A piranha corta e engole o alimento. Por isso que quando o cardume faminto ataca, a presa é rapidamente devorada. Esses dentes são usados como pontas de flechas por tribos indígenas na Amazônia.
Sua dieta é composta basicamente de outros peixes, invertebrados aquáticos e insetos. Mas pode também se alimentar de outros pequenos animais e carcaças que cruzem suas águas. Como todo predador, a piranha é importante para o equilíbrio ecológico e contribui para a limpeza das águas, devorando carcaças que, se não fosse por ela, apodreceriam no rio.
A reprodução da piranha ocorre entre abril e maio, durante a estação chuvosa. A fêmea bota cerca de cinco mil ovos sobre um ninho construído pelo macho na vegetação recém-submersa. Os pais protegem ferozmente os filhotes e mordem quem se aproxima do ninho.