Por Marcelo Calazans
Técnico em agropecuária, administrador de empresas e fotógrafo. Foi professor da disciplina Fotografia de Natureza pelo Senac-MS
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Olá, tudo bem? Espero que sim.
No artigo anterior (clique aqui), expliquei as duas principais diferenças entre o JPG e o RAW ao abordar “ruído” e “perda de qualidade”. Hoje, vamos analisar e perceber outras diferenças entre os formatos. Vamos começar então?? Bora lá…
Balanço de Brancos (White Balance)
No formato RAW, é possível alterar os níveis do balanço de branco sem danificar a qualidade da imagem. Isso ocorre pois a pré definição de balanço de branco quando usamos o formato RAW é uma configuração da câmera, em que podemos escolher o tipo de iluminação (luz do dia, luz fluorescente, flash, etc.) que será usado na hora da captação da imagem. É o contrário do JPEG, em que esse balanço de branco é salvo e definido no arquivo automaticamente. Por isso, para fazer qualquer alteração no JPEG é preciso editar o arquivo, novamente danificando a imagem, além de ter menos opções e precisões de edição.
Múltiplos disparos (Burst Mode ou Continuous Mode)
O JPEG, por ser um arquivo menor, torna possível fazer disparos sequenciais praticamente sem parar. Por exemplo, em minha Nikon D90, em modo RAW, consigo fazer de 10 a 15 disparos sequenciais – depois disso a câmera tem que esperar a memória ficar livre para fazer mais imagens. Em contrapartida, em JPEG eu posso fazer mais de 200 fotos sequenciais e, se continuasse a disparar, ela encheria o cartão num instante. É o modo ideal para registrar sequência de voo de aves ou ações de animais.
Suporte ao RAW em computadores
O formato de arquivo de imagens RAW precisa de softwares específicos para a sua leitura, como, por exemplo, o Adobe Camera Raw, o LightRoom e o Photoshop, ficando só nos mais utilizados para a edição desse formato de fotografias. É por isso que você nem sempre consegue abri-lo sem esses programas ou visualizar as “miniaturas” das fotos quando acessa a página onde elas estão arquivadas. Somente depois de editado e exportado em formato .jpeg ou .png que esses arquivos se tornam acessíveis para outros programas de leitura.
E cada fabricante de câmeras nomeia o RAW de acordo com sua escolha. Na Nikon, o formato se chama NEF. Na Canon é o CR2.
O JPEG é um arquivo padrão utilizado em inúmeras situações, principalmente para arquivos que são colocados na WEB ou enviados por computador. Por isso qualquer computador, hoje em dia, tem suporte para esse arquivo. Até os programas mais simples, como o Paint, já vem com suporte ao JPEG.
Armazenamento de arquivos
Este é um dos motivos que podem levar muitos a escolherem o JPEG como formato final para os arquivos de imagens. Mas, no meu ver, com o preço dos cartões e de discos rígidos (HDs) ficando cada vez mais baixos, podemos comprar inúmeros cartões de 32, 64 ou mais GBs e HDs de 1TB (1024GB) ou maiores para captar e armazenar as imagens. Além disso, fotógrafos têm que pensar na qualidade e não na quantidade. Quanto mais você estuda e treina, menos fotos vai precisar refazer.
No último artigo da série, vou fazer a conclusão do assunto e mostrar um quadro com prós e contras de cada um dos formatos, de uma forma simples e de fácil entendimento.
Um abraço e até lá.