Por Yuri Marinho Valença
Biólogo, mestre em Biologia Animal na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Tangará da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), em Recife, e coordenador técnico do projeto de reabilitação, soltura e monitoramento de papagaios-verdadeiros intitulado de "Projeto Papagaio da Caatinga"
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Em dezembro de 2011, com a criação da Lei Complementar nº 140, os Estados passaram a licenciar fauna em cativeiro, sendo gerado um passivo das apreensões, resgates e entregas voluntárias de animais silvestres. Dessa forma, pode-se evidenciar que houve, em todo o Brasil, uma corrida para a capacitação e estruturação dos órgãos que assumiram as atividades a fim de atender essas demandas. Porém, esse conhecimento está dissolvido e isolado no país por barreiras técnicas e, até mesmo, pela viabilidade financeira de cada instituição.
Perante esse contexto, um grupo de profissionais lotados em centros de triagens de animais silvestres (Cetas), em centros de reabilitação de animais silvestres (Cras) e em áreas de soltura e monitoramento de fauna resolveu realizar um encontro técnico com intuito de elaborar e alinhar procedimentos que pudessem ser úteis em todos os estados do Brasil. A iniciativa visava também fazer os participantes trabalharem em formato de rede, em que cada qual pode contar com o apoio técnico e até mesmo estrutural de outras instituições. Com isso, em 2018, foi realizado o I Encontro Técnico Nacional de Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (I ENACS). O encontro teve duração de três dias e contou com representantes de 13 estados da federação, tendo pelo menos um participante de cada região do país. Participaram biólogos e veterinários ligados a Cetas e Cras, além daqueles que atuam nas solturas e destinações de animais silvestres.
Esse primeiro encontro nacional foi realizado pela prefeitura de São Paulo. Foi um evento em que os estados tiveram oportunidade de estreitar relações e conhecer outras realidades no que se refere à triagem e reabilitação da fauna silvestre. Com a ampla discussão técnica em nível nacional, foi possível buscar propostas para esse importante segmento do manejo da conservação da biodiversidade. Entre os temas abrodados, destacaram-se soltura de animais, monitoramento, reabilitação, clínica, manejo e áreas para soltura.
O evento foi coordenado pela Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre, ou simplesmente Divisão de Fauna, pertencente ao Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave) da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da prefeitura de São Paulo, que possui duas unidades de atendimento no município, com sedes nos parques Anhanguera e Ibirapuera.
Com o sucesso do encontro e os feedbacks entre os participantes, percebeu-se que a iniciativa não poderia ficar em uma única edição. Foi proposto, então, que o II ENACS fosse sediado em Pernambuco pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), através do seu centro de triagem, o Cetas Tangará.
Os temas a serem abordados foram organizados em blocos temáticos a partir dos assuntos que os participantes sentiram necessidades de serem discutidos e aprimorados em todos os Cetas e Cras do Brasil.
Mais informações sobre o II ENACS
Abaixo os temas e palestras: