Por Vitor Calandrini
Primeiro-tenente da PM Ambiental de São Paulo, onde atua como chefe do Setor de Monitoramento do Comando de Policiamento Ambiental. É mestrando no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP)
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A busca por mais um amigo em casa, seja pela beleza seja pela lealdade, faz com que as pessoas busquem nos animais um companheiro para o dia a dia. E às vezes, a dúvida que paira nessa hora é: qual animal devo ter em casa?
Para este artigo, resolvi fazer uma análise das opções envolvendo os silvestres e os domésticos (cães e gatos) e quais as vantagens de um em relação ao outro para facilitar a escolha.
De imediato, a própria busca para aquisição é o primeiro divisor de águas. Enquanto os animais que vou denominar de PET (cães e gatos) podem ser adquiridos em diversos estabelecimentos comerciais, e principalmente em feiras de adoção (sem custo nenhum), animais silvestres devem ser adquiridos em criadores autorizados e, via de regra, possuem custo alto. Isso quando não são buscados na ilegalidade do tráfico de fauna.
Após a escolha do animal, outras preocupações que surgem são sobre o local onde ele deve ser mantido e qual sua alimentação adequada. E mais uma vez, a facilidade em alimentar e abrigar um PET é exorbitantemente maior em relação a um silvestre. Muitos animais silvestres, como cobras e corujas, se alimentam de presas vivas e, sendo assim, será necessário ter um local de suporte para armazenar ou cultivar alimentos específicos para eles. Há ainda a necessidade de abrigar esses animais em viveiros ou gaiolas que impeçam a fuga ou até mesmo o ataque a outras pessoas, haja vista que, por serem selvagens, podem agir por se sentirem ameaçados.
Os casos de abandono de animais silvestres são muito comuns após alguns dias ou meses de sua aquisição devido ao alto custo e dificuldades na manutenção em cativeiro. Muitos proprietários ainda informam que o animal cria dependência a somente uma pessoa, tornando muito difícil o trato por outros moradores da residência ou estranhos, impedindo, algumas vezes, que o proprietário passe muito tempo longe de casa.
Mais um problema identificado e de extrema importância, mas pouco comentado, é quando os animais adoecem. Enquanto existe uma clínica veterinária para PET próxima da maioria das residências, temos poucos especialistas que atendem silvestres , ainda mais quando esses animais derivam do tráfico de fauna. Muitas pessoas ficam com medo de buscarem tratamento do animal ilegal e deixam seus “amigos” sem tratamento, podendo inclusive resultar em óbito.
Aqui foram apenas algumas informações importantes a serem compartilhadas. A escolha é pessoal, mas a verdade é que o bom de ter um animal de estimação está em fazer com que ele possa compartilhar todos os momentos com seu dono, seja um passeio, uma viagem, realizar consulta veterinária com regularidade e até ganhar uns likes em selfies.