
“Cerca de 45 animais silvestres foram apreendidos em um cativeiro irregular na tarde desta terça-feira (2) em um apartamento no bairro Nova Suíça, na região Oeste de Belo Horizonte.
Após denúncia anônima, militares do Batalhão da Polícia Militar de Meio Ambiente se deslocaram para o apartamento localizado na rua Monte Simpo. O suspeito identificado pelas iniciais M.T. L.M, de 46 anos, recebeu a polícia e permitiu a entrada da corporação.
No interior do imóvel, a polícia encontrou, nos quartos e no banheiro, várias gaiolas e grandes caixas de plásticos, que serviam de moradia para pássaros e tartarugas. No total, foram apreendidos 12 jabutis, 13 cágados, 7 tigres d'água, duas tartarugas, cinco periquitos, um pássaro sofrê, um papagaio e quatro maritacas.
Em depoimento, o dono do imóvel alegou criar os bichos como animais de estimação e negou comercializar os espécimes. O suspeito não foi preso, já que o crime é considerado de menor potencial. No entanto, ele assinou um termo em que se compromete a se apresentar em juízo em maio e foi liberado.” – texto da matéria “Cerca de 45 animais silvestres são apreendidos em cativeiro irregular”, publicada em 2 de fevereiro de 2015 pelo jornal mineiro O Tempo
Se o sujeito não for mesmo um traficante de animais – o que pela circunstância vela uma boa investigação -, ele é um exemplo triste do que a cultura de criar animais silvestres como bichos de estimação pode criar. O infrator seria então quase (para evitar ser taxativo) um acumulador de animais, que cria um grande número de bichos sem ter infraestrutura para tal. Ele é, no mínimo, um sem-noção.
O problema vai além da ilegalidade. Pode ser comportamental. Talvez, sob a alegação de um amor incondicional aos animais, essa pessoa os compre ou captura para criá-los com todo o carinho do mundo. Mas ele se esquece, ou sequer sabe, que os animais têm necessidades de espaço, de socialização, de se reproduzir, de alimentação apropriada e de tantas outras coisas (cada espécie com características próprias).
Amor e carinho, dessa forma, causam sofrimento ao animal, auxiliam no desequilíbrio aos ecossistemas (ao fomentar o tráfico de fauna) e colocam em risco a saúde pública por causa do risco de zoonoses (doenças transmitidas pelos bichos aos humanos).
O poder público tem a obrigação de promover e incentivar projetos e ações de conscientização da população sobre o problema de manter animais silvestres em cativeiro doméstico. A mudança de hábito é lenta e requer investimento e persistência, mas é a forma mais eficaz de combater o tráfico de fauna.
– Leia a matéria completa de O Tempoa
– Siba mais sobre tráfico de animais