Por Luciana Ribeiro
Jornalista e tecnóloga em Gestão Ambiental
olhaobicho@faunanews.com.br
Nomes populares: suindara, coruja-branca, coruja-do-campanário, coruja-de-celeiro, coruja-da-igreja, coruja-das-torres, rasga-mortalha
Nome científico: Tyto furcata
Estado de conservação: não consta na lista vermelha da IUCN nem na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
A suindara é uma espécie de coruja encontrada em todo o território brasileiro, nos mais diversos habitat, inclusive em ambientes urbanos, onde nidifica em torres de igreja e até mesmo em casas e edifícios. Daí alguns de seus nomes populares. Outro, tristemente associado ao mau-agouro, vem da sua forte vocalização, que para alguns lembra um pano, ou uma mortalha, sendo rasgado.
Ela tem um disco facial branco em forma de coração muito característico, o que lhe dá uma aparência inconfundível. Mas não é só isso: esse disco ajuda a levar o som até a entrada dos seus ouvidos externos e é uma estrutura única, que coloca a suindara em uma família especial de corujas, a Tytonidae.
Tem entre 33 e 38 centímetros de comprimento, envergadura de 75 a 110 centímetros e peso entre 310 e 570 gramas, sendo que as fêmeas são ligeiramente maiores que os machos. O dorso é cinza ou pardo e as partes inferiores são brancas. Suas penas macias e serrilhadas fazem um voo silencioso, ideal para que a suindara surpreenda suas presas.
Exímia caçadora, a suindara tem também uma excelente audição e uma visão noturna que lhe permite localizar presas mesmo na quase completa escuridão. Alimenta-se basicamente de roedores, mas insetos também entram em sua dieta, além de eventuais morcegos, pequenos marsupiais, anfíbios, répteis e aves. Há estudos que apontam que um casal de suindaras em território brasileiro consome de 1.700 a 3.700 ratos e de 2.600 a 5.800 insetos por ano. Como toda coruja, ela ingere a presa inteira e no estômago há a separação de pelos, ossos e outras partes não digeríveis. Esse material é transformado em pelotas que são depois regurgitadas.
No ambiente natural, nidifica em ocos de árvores e fendas de rochas. E quando se encontra em áreas urbanas, aproveita torres de igrejas, forros, sótãos de casas e celeiros abandonados para fazer seus ninhos. São postos de 4 a 7 ovos que ficam em incubação por cerca de 32 dias. Com 50 dias de vida, os filhotes já conseguem voar, mas não se separam de seus pais antes dos três meses. Durante esse tempo, aprendem as habilidades de caça e só quando dominam essa arte é que se afastam do ninho. Com cerca de 10 meses as suindaras já entram na fase reprodutiva.
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