
Por Marcelo Calazans
Técnico em agropecuária, administrador de empresas e fotógrafo. Foi professor da disciplina Fotografia de Natureza pelo Senac (MS)
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Chegamos ao fim de mais um ano. E que ano, senhoras e senhores! Como muitos estão falando por aí, é o ano de dois mil e vixe…
Fazendo um balanço do que aconteceu no decorrer deste ano, focando somente nos fatos relacionados à natureza, o lado negativo da balança não se moveu. Catástrofes em todos os lugares do planeta, dizimando espécies e biomas. Nunca em tempos modernos os fotógrafos e documentaristas de natureza tiveram tanto trabalho. Incêndios devastadores, inundações, vulcanismo, entre outros acontecimentos, colocaram esses profissionais à prova. Registros das ações humanas no combate desses incidentes e os causando foram feitos aos montes!
E o trabalho continuará, documentando a recuperação, a resiliência e resistência da natureza frente ao caos. Assim como todos os envolvidos em combater esses incidentes, como bombeiros, biólogos, veterinários, voluntários, socorristas, brigadistas, trabalharam e continuam trabalhando. Vimos como nunca antes a mobilização da sociedade civil (ONG´s e outras entidades) para angariar recursos e mão de obra para o enfrentamento dessas situações, já que temos (infelizmente) um governo inepto e inapto no desenvolvimento teórico e prático de soluções para esses problemas. Conta muito também a total falta de interesse pelo assunto “conservação da natureza”, visto que enxergam somente o dinheiro que podem arrecadar com a destruição de nosso país (em todos os sentidos).
Políticas de destruição são criadas aos montes, da noite para o dia. E as poucas ações com resultados práticos de conservação e conscientização da nossa natureza são dizimadas na mesma velocidade. Cheguei à conclusão que (usando uma frase feita) a mesma mão que destrói é a que pode construir. Temos esse poder em cada um de nós. Cabe apenas o discernimento individual de qual dos lados seguir. Dependemos mais da natureza do que ela de nós. A civilização está em declínio, a passos largos. No mundo, hoje temos dois grupos no que diz respeito à natureza: o grupo que continua a estragar e entregar tudo por dinheiro e o grupo que o protege a todo custo.
Em qual deles você está?
Faça uma autoanálise, pesquise a respeito e entenda qual o seu papel nessa corrente. Qual a importância que temos no delicado equilíbrio de tudo o que nos cerca e sustenta e mantém. O que você quer deixar para seus filhos e netos? O que você os ensina? O custo de cada coisa ou quanto elas valem? Diante do panorama que estamos vivendo, creio que são essas perguntas as mais importantes entre todas.
Meu ano de 2020 foi uma avalanche de emoções, com ganhos e perdas, alegrias e tristezas. Mas a certeza de que meu caminho é o de continuar documentando a natureza, lutando em prol do meio ambiente, alertando e tentando mudar o pensamento das pessoas através disso. Principalmente porque me tornei PAI e essa é minha responsabilidade e obrigação para com meu filho e com a natureza.
Espero que. em 2021, o verbo COEXISTIR possa ser entendido, conjugado e praticado por todos. Nos vemos lá!
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