
Biólogo, mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Tangará da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), em Recife, e coordenador técnico do projeto de reabilitação, soltura e monitoramento de papagaios-verdadeiros intitulado de Projeto Papagaio da Caatinga
universocetras@faunanews.com.br
A demanda por animais para repatriamento em centros de triagem e reabilitação de animais silvestres (Cetras) é algo bem frequente, pois o tráfico de fauna não tem limites geográficos e é determinado por demandas de consumo e modismos locais e, muitas vezes, momentâneas.
Dessa forma, os Cetras, para manter e cumprir seu papel fundamental de devolver ao ambiente natural os animais triados e reabilitados, precisam sustentar uma linha de comunicação entre outros centros para realizar o repatriamentos de forma contínua.

Já no primeiro mês do ano de 2022, no dia 18, o Centro de Triagem e reabilitação de Animais Silvestres Tangara, da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), recebeu um repatriamento de 54 aves advindas do Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (Cemacas), que é o Cetras do município de São Paulo. Entre os animais, estão 23 galos-de-campina (Paroaria dominicana), 20 coleiros-baianos (Sporophila nigricolis), sete sabiás-da-mata (Turdus fumigatus), três golinhos (Sporophila albogularis) e um galinho-da-serra (Lanio pileatus). Todos são espécies da Caatinga e precisam ser levadas às áreas de solturas do bioma no estado de Pernambuco para serem soltas.
Esses animais serão triados no próprio Cetras Tangara para recuperarem o score corporal perdido na viagem e posteriormente levados às áreas de soltura para se ambientarem e serem soltos novamente em seu ambiente de origem. A média repatriamentos recebidos por ano no Cetras Tangara é de três, sendo cada um com números médios de 100 a 150 animais.
A grande importância no repatriamento de animais para seus ambientes de origem ou, pelo menos, de ocorrência natural é tentar recuperar as grandes retiradas de indivíduos realizadas pelo tráfico. Além dos animais que acabam chegando aos compradores, há grandes perdas com as mortes no processo de apreensão e triagem ou até mesmo pelo fato de haver espécimes que acabam destinados ao cativeiro.
É necessário ser construída uma rede de comunicação entre os Cetras para os recebimentos desses animais pelos centros próximos dos locais de origem de onde esses animais foram retirados. Também é preciso que esses centros tenham estrutura para tais recebimentos e, com isso, mantenham um fluxo contínuo de solturas para não gerar acúmulos e nem superlotações.
– Leia outros artigos da coluna UNIVERSO CETRAS
Observação: as opiniões, informações e dados divulgados
no artigo são de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es)