Por Luciana Ribeiro
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Nome popular: arara-azul-grande
Nome científico: Anodorhynchus hyacinthinus
Estado de conservação: "vulnerável" na lista vermelha da IUCN e não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ela é grande, linda, inteligente e ameaçada. Ainda que em 2014 tenha saído da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção, que frequentou desde os anos 80, e tenha subido uma posição na lista vermelha da IUCN (International Union for Conservation of Nature), passando para vulnerável, a arara-azul-grande ainda corre sérios riscos.
A comercialização de indivíduos capturados na natureza é proibida. Mas a negociação de araras-azuis nascidas em cativeiro é legal. Como o tráfico de animais não perde tempo, descobriram que um grande negócio é a retirada de ovos da natureza para serem contrabandeados para a Europa e os filhotes vendidos como se tivessem nascido em cativeiro.
Todo esse interesse pela arara-azul-grande tem motivação no irracional desejo humano de possuir o que é belo, o que é raro. Considerada a rainha das araras, ela é também a maior representante da família no mundo, chegando a ter 1,20m de envergadura, 1m de comprimento e a pesar cerca de 1,3 kg. A cor predominante, como o nome já diz, é um intenso azul cobalto. Ao redor dos olhos e na base do bico, o contraste do amarelo vivo.
No Brasil as araras-azuis-grandes estão distribuídas em três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal. São encontradas também na Bolívia e no norte do Paraguai.
A arara-azul-grande é uma ave de vida longa, chegando a mais de 50 anos e vive em família ou bando. Forma casais fiéis, que só se desfazem quando a morte os separa. Macho e fêmea dividem os cuidados com a prole e são pais bastante atenciosos.
A fêmea bota de um a três ovos e o período de incubação é de 28 a 30 dias. Os ovos, além de cobiçados por humanos, podem ser predados por carcarás, quatis, tucanos, gralhas e gambás. Já os filhotes são presa para formigas, tucanos e gaviões.
Seu bico curvo e forte é ideal para cortar sementes duras. E a arara-azul é extremamente especializada em sua alimentação, comendo os frutos de algumas poucas espécies de palmeiras em cada local de ocorrência. Normalmente, se alimentam em grupo, com uma delas ficando de sentinela para avisar sobre qualquer barulho ou movimento estranho.
Elas também "conversam" bastante, brincam entre si, andam pelo chão. Além disso, cumprem importantes papéis ecológicos. As grandes cavidades que formam em árvores para se reproduzirem depois são usadas por animais de outras espécies. São também dispersoras de sementes e, principalmente, uma das mais importantes espécies-bandeira para a conservação da biodiversidade brasileira. Exemplo disso é o projeto mantido pelo Instituto Arara Azul.