Por Adriana Prestes
Bióloga, responsável técnica por áreas de soltura e monitoramento de fauna silvestre na Serra da Mantiqueira e Vale do Paraíba (SP) e secretária executiva do Grupo de Estudo de Fauna Silvestre do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira
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Uma das questões que atravessam a ação de soltura é a famosa “capacidade de suporte”. Terá a área onde se realiza a soltura todos os atributos para a sobrevivência do animal que irá ganhar a liberdade?
A ação de soltura é complexa, portanto, não tem resposta simples.
Cada espécie tem os seus requisitos; cada indivíduo tem seus requisitos. A soltura de um animal não acontece em local isolado, fechado.
O primeiro passo, para melhor entendermos o cenário, é trabalhar com imagens da área onde o animal será solto e que possibilitem a percepção dos diferentes níveis de interação do dele com o meio ambiente.
O segundo passo é conhecer a espécie alvo, o que come, como se locomove, enfim todas as características para entender como ela irá se relacionar com o meio. Portanto, não há como escapar da pesquisa em literatura científica e técnica, sobretudo porque as espécies mais comumente associadas a ações de soltura possuem abundante material publicado e facilmente acessível.
O terceiro passo é promover ações de suporte para os animais a serem soltos, acesso a alimento, água e abrigo. Também é necessário avaliar riscos eminentes, como proximidade de rodovias, corpos de água extensos (lagos, por exemplo), presença de animais domésticos, vidraças, enfim todas aquelas situações que podem resultar na morte do animal por fatores que não estejam relacionados ao fato de estarem aptos para a soltura.
E, por fim, monitorar! Seja como for, estar sempre atento ao que acontece na área onde ocorrem as solturas. No meu próximo artigo, que você poderá ler em 15 de junho, vou detalhar o monitoramento.
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