Por Luciana Ribeiro
Jornalista e tecnóloga em Gestão Ambiental
olhaobicho@faunanews.com.br
Nomes populares: tatu-galinha, tatu-de-nove-bandas, tatuetê, tatu-verdadeiro, tatu-de-folha e tatu-veado
Nome científico: Dasypus novemcinctus
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Não, decididamente ele não se parece com uma galinha. O motivo desse nome, infelizmente, é por causa do sabor da sua carne. Infelizmente porque a caça indiscriminada pode afetar a existência de espécies. O tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), por exemplo, é um que está em perigo. Já o tatu-galinha é uma das espécies vítimas de caça ilegal mais apreendidas pelo Ibama. E infelizmente também porque doenças como hanseníase, leishmaniose e doença de Chagas podem ser contraídas por humanos ao se comer carne de tatu ou mesmo ao se caçar o animal.
Já o nome científico da espécie, novemcinctus, está ligado a uma de suas principais características físicas: geralmente o tatu-galinha possui nove cintas na sua carapaça. São essas cintas, ligadas por pele macia, que dão flexibilidade ao corpo do animal.
Sua cabeça é pequena e alongada, com o focinho comprido e afilado. As orelhas são grandes e os olhos pequenos. Faz sentido, já que a visão é seu sentido menos desenvolvido, tendo a audição e o olfato mais aguçados. É comum ele ficar de pé nas patas traseiras para cheirar o ar. Quando adulto, chega a ter o comprimento de 57 centímetros, com mais 45 centimétros de cauda, e a pesar entre 4 e 7 quilos.
Ele tem mais de 100 dentes e uma língua longa e extensível. Ideal para comer cupins e formigas. Mas no cardápio do tatu-galinha entram também raízes, frutos, pequenos vertebrados, ovos e carniça.
Suas garras grandes e curvas são usadas para cavar tocas de até seis metros de comprimento. E não é só na terra que este tatu se dá bem: ele é também um ótimo nadador.
Com uma gestação de 120 dias, a fêmea geralmente dá à luz quatro filhotes originados da fecundação de um único óvulo e, consequentemente, todos do mesmo sexo. A cria é desmamada por volta dos três meses, mas fica junto da família até os nove meses.
A espécie tem uma ampla distribuição geográfica pelas Américas. É encontrada desde o sul dos Estados Unidos até o Uruguai e no Brasil ocorre em todos os biomas. Além de ser caçado pelo homem, o tatu-galinha tem como predadores naturais harpias, raposas, furões e felinos como as onças.
– Texto originalmente publicado em 24 de maio de 2017
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