Bióloga, mestra em Zoologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro e professora nas redes estadual e particular do Rio de Janeiro.
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Nomes populares: calango, calanguinho, labigó, trauíra
Nome científico: Tropidurus torquatus
Estado de conservação: “pouco preocupante” (LC) na lista vermelha da IUCN e no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do ICMBio
Parado ao Sol, quase imóvel, o calango (termo que se refere a vários tipos de lagartos, incluindo o Tropidurus torquatus), se faz presente em grande parte da paisagem urbana.
Encontrado principalmente no Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, também ocorre em outros países da América do Sul. Pode ser visto em áreas abertas do interior do continente, restingas costeiras e algumas ilhas litorâneas.
Com tamanho médio (até 30 centímetros), são heliófilos, ou seja, conseguem desenvolver-se em circunstâncias com excesso de luz solar. Os que habitam o interior atingem comprimento corporal superior aos das populações de áreas do litoral.
Comem de tudo, de invertebrados a pequenos vertebrados, passando também por vegetais, o que os torna bons espalhadores de sementes. As plantas agradecem.
De hábito diurno, sua cauda é de tamanho maior ou igual ao corpo. Os machos são maiores que as fêmeas e apresentam manchas escuras na região ventral da coxa, perto do ânus, e no ventre. Essas manchas escurecem com a idade do indivíduo.
Os calangos são considerados “oportunistas”, pois na maioria das vezes aguardam suas presas, dando o bote quando elas se aproximam – hábito conhecido por “senta-e-espera”. Entretanto, dependendo da oferta de alimento, a estratégia pode ser modificada.
As fêmeas põem, em média, de um a três ovos, que levam de dois a três meses até a eclosão, podendo haver várias ninhadas a cada estação. Fatores como disponibilidade de alimento, quantidade de chuvas, umidade e temperatura podem alterar o tamanho e a frequência da ninhada.
São bem rápidos: ao menor sinal de perigo, correm e escondem-se entre as pedras ou em pequenas tocas. Além de rochas, os calangos podem ser observados em bromélias, areia, moitas etc. Territorialistas, costumam defender sua área de ocupação por meio de perseguição e mordidas no “invasor”.
São ectotérmicos, quer dizer, sua temperatura varia de acordo com a temperatura do ambiente. Seus movimentos para a frente e para trás entre a luz solar e a sombra, posições que aumentem o ganho ou a perda de calor e a diminuição ou aumento de seu período de atividades, têm como resultado sua termorregulação.
O ritmo acelerado de conversão de campos em lavouras e plantações, a rápida e crescente urbanização e as várias outras alterações causadas pelo homem no ambiente colocam em risco esses animais, mesmo sendo abundantes nas áreas em que ocorrem atualmente.
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