
Por Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
O governo do estado do Mato Grosso do Sul criou um grupo especializado para coordenar ações de resgate de animais silvestres em situações de desastre. Batizado de Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap-MS), ele atuará em contextos como os catastróficos incêndios enfrentados pela fauna e flora nativas do Pantanal e do Cerrado em 2020. Dez instituições do poder público e da sociedade civil fazem parte da iniciativa, anunciada sexta-feira (16 de abril).
O grupo foi formado ainda durante as ações emergenciais de resgate de fauna nos incêndios florestais do ano passado, mas não havia sido institucionalizado pelo governo do Mato Grosso do Sul para permanecer estruturado e pronto para ação. A Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), responsável pelo Gretap, informou que o grupo irá preparar protocolos técnicos de atendimento e fará a coordenação de todas as ações de resgate a serem realizadas.
Os trabalhos não estão restritos à retirada dos animais das situações de risco, mas envolvem também atividades preventivas, educação ambiental, atendimento clínico e fornecimento de alimentação e água no próprio habitat quando for necessário. O Decreto nº 15.651/2021, determina ao Gretap:
“I – elaborar e executar o Programa de Resgate Técnico Animal, com foco principal em animais silvestres;
II – elaborar e aprovar o regimento interno do colegiado;
III – organizar e promover o resgate técnico, o atendimento e o acolhimento dos animais, principalmente dos silvestres, vitimados em desastres ambientais no estado de Mato Grosso do Sul;
IV – coordenar a elaboração do plano de ações do Programa, com destaque para diagnóstico, prevenção, monitoramento, controle, fiscalização, combate e educação ambiental;
V – cadastrar, avaliar, treinar e coordenar grupos de voluntários voltados ao objeto do programa em todos os municípios do Estado de Mato Grosso do Sul; VI – orientar planos de ações municipais para resgate de animais, priorizando a identificação de áreas de risco;
VII – estimular ações de educação ambiental, incentivando a participação das comunidades;
VIII – promover articulação entre os órgãos, entidades e instituições participantes do Grupo, bem como eventuais agentes externos, objetivando a implementação do Programa
de Resgate Técnico Animal;
IX – buscar recursos técnicos e financeiros para cumprimento das diretrizes do
Programa de Resgate Técnico Animal.”
Boa parte do conhecimento necessário para organizar os trabalhos já está reunido, pois os envolvidos atuaram em conjunto em 2020. Ano passado, muitas entidades da sociedade civil, como ONGs e voluntários, se mobilizaram para atuar no estado, o que evidenciou a necessidade de haver uma coordenação de esforços nesse tipo de circunstância. Além da Semagro, fazem parte do Gretap, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV-MS), o Ibama, a Polícia Militar Ambiental, a Universidade Católica Dm Bosco, o Instituto Tamanduá, o Instituto do Homem Pantaneiro – IHP, a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Corumbá e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).

O estado do Mato Grosso do Sul foi um dos mais atingidos pelos incêndios florestais em 2020. Muitos dos focos de fogo teriam começado em ações criminosas. Milhares de hectares de vegetação nativa do Pantanal e do Cerrado foram atingidos e uma gigantesca quantidades de animais silvestres morreram.