Bióloga, mestra em Zoologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro e professora nas redes estadual e particular do Rio de Janeiro.
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Nomes populares: tubarão-martelo-liso, cação-rudela, cação-martelo-da-aba-curta, cambeva-pata, cação-panã, cação-martelo, tubarão-martelo-entalhado
Nome científico: tubarões-martelo são representados por dez espécies, destacando-se: Eusphyra blochii, Sphyrna lewini, Sphyrna mokarran, Sphyrna zygaena, Sphyrna couardi, Sphyrna corona, Sphyrna. media, Sphyrna tiburo, Sphyrna tudes e Sphyrna mesozygaena
Estado de conservação: Em Perigo (EN), Esgotado em Grande Parte (LD), Criticamente em Perigo (CR) e Vulnerável (VU) na lista vermelha da IUCN e Criticamente em Perigo (CR) e Em Perigo (EM) no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do ICMBio
A frase do título não passa de uma piada (quadrinhorama.com.br + dragoesdegaragem.com), mas bem poderia ser verdade, caso os dois animais vivessem no mesmo habitat. Macacos-prego vivem em florestas. Já os tubarões-martelo habitam mares tropicais e temperados, podendo ser encontrados em ambiente pelágico costeiro e semi-oceânico, em estuários, na costa ou em regiões mais profundas, ocorrendo tanto em mar aberto quanto próximo ao litoral. São muito encontrados em recifes de corais. Distribuem-se por várias localidades, incluindo a costa brasileira.
Dotados de uma característica inconfundível (sua cabeça apresenta duas extensões planas e longas, que se prolongam para os dois lados com um olho em cada ponta, dando-lhes a aparência de um martelo), as dez espécies conhecidas por esse nome não são agressivas, a não ser que provocadas. Com o esqueleto constituído principalmente por cartilagem, os tubarões-martelo pertencem aos gêneros Sphyrna e Eusphyra.
Sua dieta vai de camarões, outros crustáceos e cefalópodos (polvos e lulas) a espécies menores de tubarões, passando por diversos tipos de peixes, além da prática de canibalismo. São considerados potencialmente perigosos: não se deixe enganar por sua boca e dentes pequenos!
Muito se especula sobre a cabeça do tubarão-martelo. Seu formato, que implica na ampla separação dos olhos, permite uma visão binocular mais eficiente, com uma acuidade e campo de visão maiores que em outros tubarões. Além disso, a posição das fossas nasais e o grande número de Ampolas de Lorenzini (órgãos sensoriais) aumentam sua eficiência na localização das presas. Há indícios de que esses animais tenham a capacidade 10 vezes maior de detectar uma partícula na água, quando comparados a outros tubarões.
Por muito tempo acreditou-se que o formato da cabeça seria um fator determinante na eficiência e rapidez de suas manobras na água. Entretanto, estudos recentes levam a crer que o tipo de vértebras do tubarão-martelo o permite fazer tais movimentos, sendo que o “martelo” fornece estabilidade ao animal.
Outra característica dos tubarões-martelo é a nadadeira dorsal pronunciada.
Quanto ao tamanho, podem chegar a mais de seis metros de comprimento, pesando entre nove e 360 quilos. A coloração varia do marrom-acinzentado ao verde-oliva, sendo o abdômen mais claro. Seus hábitos de caça são diurnos ou vespertinos. Podem formar grandes cardumes, porém caçam sozinhos. Nos meses mais frios, costumam migrar para águas mais quentes.
Em relação à reprodução, são vivíparos: os filhotes permanecem entre 10 e 12 meses dentro do corpo da mãe. Não há cuidado parental, ou seja, os filhotes (de 20 a 40) já nascem independentes, sobrevivendo às próprias custas. Em algumas localidades, as fêmeas têm seus filhotes simultaneamente, formando berçários.
Algumas espécies de tubarões-martelo encontram-se ameaçadas de extinção, pois, além da poluição, destruição do habitat, sobrepesca e captura incidental, são caçados pela sua pele, óleo, barbatanas e fígado. Sem contar a pesca esportiva, que ameaça principalmente as fêmeas grávidas, devido a seu peso, em áreas de berçário.
https://www.youtube.com/watch?v=pWiH7tfjKTo&t=3s
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