
Bióloga, mestra em Zoologia pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro e professora nas redes estadual e particular do Rio de Janeiro.
olhaobicho@faunanews.com.br
Nomes populares: tubarão-baleia, pintadinho, cação-estrela.
Nome científico: Rhincodon typus
Estado de conservação: “em perigo” (EM) na lista vermelha da IUCN e “vulnerável” (VU) no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBio)
Popularizado na animação “Procurando Dory”, da Pixar, e considerado o maior peixe do mundo, o tubarão-baleia é inconfundível, seja pelo seu tamanho, pelo dorso e flancos escuros (geralmente azulados) com manchinhas (com padrão único para cada indivíduo, como nossas impressões digitais) e listras claras, ou pela enorme boca quase frontal, através da qual a água entra levando alimento.
Tubarões-baleia habitam águas tropicais e temperadas quentes e ocorrem em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, onde são encontrados em quase toda a costa, desde a região Nordeste até a Sul. Os locais de maior ocorrência são o arquipélago de São Pedro e São Paulo, em Pernambuco, seguido pela região Sudeste, em particular os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Com tamanho médio de 10 a 14 metros de comprimento e cerca de 6 a 10 toneladas, são animais geralmente solitários, podendo ser encontrados em cardumes quando há grande oferta de alimento.
Sua dieta inclui seres do plâncton, krill, crustáceos, moluscos e outros invertebrados, além de pequenos peixes, localizados através do olfato. Após a localização, “abocanham” enormes quantidades de água, retendo o alimento e eliminando o líquido pelas fendas branquiais. Apresentam cerca de 300 dentinhos que não atuam na alimentação. Não são predadores e sim filtradores.
As fêmeas dos tubarões-baleia atingem a maturidade sexual por volta dos 30 anos e possuem diversos parceiros no período de acasalamento. Possuem a capacidade de armazenar esperma e usá-lo em diferentes períodos da reprodução.
São ovovivíparos, ou seja, seus ovos desenvolvem-se dentro do organismo materno, eclodindo e liberando filhotes, que apresentam em torno de 40 a 60 centímetros de comprimento ao nascer.

Sua docilidade os torna alvo de exploração turística, o que os coloca em perigo, pois podem ser atingidos por hélices de embarcações, por exemplo, além de interromper sua alimentação, podendo ser mais um fator de estresse para o animal.
Apesar de sua aparência titânica, os tubarões-baleia encontram-se seriamente ameaçados, entre outras coisas, pela pesca para obtenção de carne, óleo e nadadeiras, pela poluição marinha, a captura incidental na pesca de outros animais e até mesmo pelo atropelamento por embarcações que cortam suas rotas de migração.
Alguns países têm leis que protegem esses animais. Porém, em outros sua caça é permitida, o que compromete profundamente sua sobrevivência. É preciso que haja mais esforços visando a conservação desses animais para que, no futuro, eles não sejam vistos apenas como personagens em animações.
https://www.youtube.com/watch?v=OS_T8tOraZY
A tubarão-baleia Destiny, na animação Procurando Dory (Pixar)
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