Atividades de educação ambiental que divertem, encantam e ajudam a refletir

Uma das missões mais notáveis da educação ambiental é ajudar as pessoas a se aproximarem da natureza e, quem sabe, se apaixonarem por ela. Algumas atividades nesse campo podem ser divertidas e interativas, enquanto outras são mais reflexivas e solitárias. O importante é o reconhecimento da conexão e a compreensão de que estamos interconectados e perceber que o que ocorre com uns afeta a todos.

A humanidade tem a tendência de simplificar tudo para não se preocupar com as consequências de suas escolhas. No entanto, os resultados das ações humanas vêm se intensificando e a necessidade de mudar costumes se mostra cada vez mais urgente. O ideal teria sido que agíssemos com outros valores que respeitassem a vida em geral, ou ainda melhor, seria ótimo se pudéssemos recomeçar do zero nossa história nesse planeta, aprendendo a conviver e a valorizar a natureza, da qual somos parte, em sua inteireza. Mas, como isso não é possível, que possamos reaprender a amar a vida e a nos reconectarmos ao mundo natural. E isso pode ser feito de maneira lúdica, agradável e reflexiva.

A seguir apresento algumas atividades que temos feito em curso de educação ambiental e que mostram muito boa receptividade.

Resolvendo o caos do mundo

Peça a todos que se aproximem em uma roda para que demostrem o caos em que o planeta se encontra. Abrimos os jornais e lemos notícias ruins, ou a mídia virtual que não para se nos mostrar como temos aspectos que precisam de atenção todos os dias e ficamos atordoados com o que precisa ser feito. É esse caos que será demonstrado nessa “brincadeira”.

Peça que cada um dê as mãos desordenadamente, cada mão segurando a mão de outra pessoa, formando como um nó bem confuso. Esse é o retrato do mundo atual. Daí, a missão é que todos possam ajudar a resolver ou melhorar a confusão instalada.

A regra é que não se pode soltar as mãos, mas é permitido rodá-las, virando de costas uns para os outros se for necessário. Aí começa a diversão, uns tendo que se abaixar para outros passarem por cima de braços, ou levantando-os para que outros se movimentem por baixo.

O resultado varia, pois é imprevisível. Algumas vezes forma-se um círculo apenas, outras vezes mais de um, e em algumas ocasiões um grupo acaba entrelaçado com algum outro e aí não conseguem se desenlaçar. Círculos pequenos podem representar problemas pequenos resolvidos, e os maiores desafios maiores que também conseguem ser sanados.

Após o término deve-se discutir o que ocorreu. Em geral aparecem palavras como cooperação, lideranças que variaram de acordo com o momento e a necessidade, vontade de resolver o caos do mundo em conjunto, e assim por diante.

Essa é uma atividade divertida e que traz reflexões de boa qualidade.

Equilíbrio na natureza

Forme um círculo bem juntinho. Depois peça que enumerarem componentes que se encontram na natureza, como água, solo, animais, plantas e árvores, evitando que sejam muitos mais. Peça que cada um escolha um, sem dizer qual selecionou. Daí todos se virem para o lado esquerdo e dão um passinho para dentro do círculo, de modo que os pés fiquem quase encostados nos da pessoa à frente e nos da que está atrás.

Pode-se então representar o equilíbrio da natureza, quando uns se sentam nos joelhos de quem está atrás. E dá certo se as pessoas se posicionarem bem.

Inventa-se, então, uma história que pode ser pertinente a algo que esteja acontecendo na região, como o desmatamento para uma fábrica que será construída, ou uma estrada que vai cruzar uma área natural. Daí se pergunta, o que vai sofrer primeiro? Quem tiver escolhido ser árvores saem da roda. Mas, o desmatamento afeta os animais, que também devem sair, e depois o solo e a água, não sobrando ninguém.

Para que não fique no negativo, pergunte o que poderá ser feito para restaurar o ambiente natural. Reflorestamento pode ser o primeiro passo e, assim, quem era árvores volta, depois solo, água e animais, que muitas vezes precisam ser reintroduzidos. Para que se veja o equilíbrio retornar, todos podem sentar-se novamente nos joelhos de quem está atrás.

Pergunte o que acharam da atividade e o que pensam sobre o que aconteceu. Sempre há uma rica troca de ideias e todos se divertem e vivenciam uma experiência com bons aprendizados.

O que é educação ambiental?

Essa atividade pode ser individual ou em grupo. Providencie um papel grande para cada um ou cada grupo (meia página de flip chart), lápis de cor ou tinta com pincéis, revistas que possam ser recortadas e cola.  Peça que todos expressem o que acham ser educação ambiental de forma criativa. Dê meia hora para que trabalhem e quando tiverem com suas obras prontas, cada um terá oportunidade de descrever o que fez.

Anote as ideias que ache importantes serem aprofundadas para que sejam debatidas posteriormente. A troca de ideias pode ser rica e bem aproveitada.

Por conta da liberdade que foi oferecida para se desenvolver a atividade, os resultados são muitas vezes bem surpreendentes. Cada um se expressa de forma distinta, mas sempre há bastante expressão artística, ou na maneira de se expressarem verbalmente.

Novamente, peça que opinem sobre como foi a experiência e quais as diferenças entre uma atividade assim, lúdica, ou uma aula teórica. As opiniões são quase sempre favoráveis, pois o lado sensível se aflora e é aí que os participantes se sentem mais inteiros e disponíveis a se abriram ao novo.

Atividades como as apresentadas aqui condizem com os princípios da educação ambiental, que defende a inteiração do ser humano com seu lado racional e sensível, o uso de todos os sentidos e os estímulos a se trabalhar teoria com prática, além de se travar contato com a natureza. Daí a relevância de vivências serem inseridas em meio a aulas teóricas, que, claro, são de fundamental importância para se compreender pensamentos que ajudam a construir o próprio campo da educação ambiental.

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