Por Fauna News
Responsável por acusar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o senador Telmário Mota (Pros-RR) e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, de envolvimento com crimes cometidos por madeireiro na Amazônia, o delegado federal Alexandre Saraiva foi exonerado do cargo de superintendente da Polícia Federal no Amazonas. A atitude do policial, responsável pela maior apreensão de madeira nativa da história do Brasil, repercutiu no país e expôs as entranhas de um governo completamente avesso à conservação da biodiversidade.
Na quinta-feira, 22 de abril, logo após o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes sobre o Clima organizada pelo chefe do Executivo dos EUA, Joe Biden, Saraifa foi entrevistado pelo editor-chefe do Fauna News, Dimas Marques, pelo diretor executivo Dal Marcondes e o diretor de projetos Reinaldo Canto, ambos da Agência Envolverde, e pela jornalista Ana Carolina Amaral, da Folha de S. Paulo. Durante uma hora, o delegado reafirmou suas denúncias contra Salles, Mota e Bim, confirmou a origem ilegal dos 226 mil metros cúbicos de madeira nativa (avaliados em R$ 129 milhões) apreendidos no Pará durante a Operação Handroanthus e disse continuar no comando das investigações do caso.
Saraiva acredita que a exploração ilegal de madeira é o atual principal vetor atual de desmatamento da Amazônia, substituindo a agricultura e a pecuária. O delegado também falou sobre a aplicação do artigo 180 do Código Penal Brasileiro (receptação qualificada) na repressão ao tráfico de fauna, crime normalmente trabalhado pela polícia e o Ministério Público com o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais – que é fraco e gera impunidade.s
Se você não conseguiu assistir, eis a sua oportunidade. Amazônia, desmatamento, crimes e política. Tudo em uma só entrevista.