Por Daniel Campesan¹ e Larissa Ferreira²
¹Gestor e analista ambiental pela Universidade Federal de São Carlos. Educador da Fubá Educação Ambiental atuando no Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS)
²Graduanda em Gestão e Análise Ambiental. É estagiária na Fubá Educação Ambiental e colaboradora do Núcleo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia – NAPRA
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O que mais chama a sua atenção quando você observa o planeta Terra? Seja por meio de fotos, vídeos ou até mesmo itens educacionais que representam o planeta, podemos notar a beleza, as composições e, principalmente, a sua imensidão. Algumas pessoas podem ter a sensação da falta de conexão com algo tão grande. Outras podem ter a sensação de um profundo pertencimento. Independentemente da sensação despertada, o funcionamento da Terra e a dinâmica de todos os seus habitantes têm muito a nos ensinar.
O planeta Terra é um organismo em movimento, cheio de conexões e redes que se ligam, nas quais os seres vivos e não vivos possuem um papel essencial para o funcionamento do todo. Em certos momentos, pode parecer difícil identificar essas conexões vistas a partir de uma escala global, mas quando trazemos para uma escala mais próxima, sua observação fica palpável.
Podemos pensar nos animais silvestres que desempenham funções fundamentais para a manutenção da vida na Terra e que, muitas vezes, podem passar despercebidas frente a rotina cada vez mais agitada e atarefada das pessoas. Por exemplo, a agricultura está muito relacionada com a ação de insetos, aves e morcegos pois depende do serviço da polinização realizada por eles para a produção de alimentos. As interferências na relação ecológica entre os polinizadores e as plantas resultam em desequilíbrios de diferentes escalas.
E como podemos nos inspirar nas relações ecológicas para um processo de ensino-aprendizagem mais integrado? Trabalhar com educação é buscar transformar ou ressignificar as realidades em que cada ser humano está inserido, bem como das educadoras e educadores. Quando pensamos no ensino formal, o conhecimento geralmente é trabalhado de maneira fragmentada, em que as relações de dependências e influências entre os seres vivos e os elementos que os cercam são pouco evidentes.
Praticar uma visão mais integrada, como de fato as relações ecológicas ocorrem, pode auxiliar no melhor entendimento de conceitos, como o do ciclo da água, o do ciclo dos nutrientes, o dos serviços ecossistêmicos e até mesmo como tudo isso está relacionado ao modo como nossa sociedade funciona. Prestar atenção ao que está acontecendo ao nosso redor e instigar as pessoas a fazerem o mesmo podem despertar o interesse em conhecer os assuntos mais a fundo.
O ensino formal assim como o ensino não escolar têm um grande papel na formação das pessoas em níveis individuais e coletivos. Na escola ou em espaços educadores, aprendemos sobre as ciências, os seres vivos, as diferentes sociedades; sobre política, direitos e deveres. Todo o caminho percorrido por uma pessoa em sua jornada molda os seus valores éticos e estéticos. Por isso que o aprendizado, a compreensão e a significação de valores que emergem a partir de conceitos ecológicos abordados de maneira integrada são muito importantes e precisam ser pautados dentro da sala de aula e em ações e práticas de educação ambiental.
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