Difícil não se encantar ao ver exuberantes araras voando, se alegrar com macacos saltando de galho em galho e estremecer ao ouvir o rugido de uma onça-pintada. É, a fauna brasileira é realmente fantástica! Infelizmente, embora forte, ela está em constante ameaça devido ao tráfico, à caça e ao avanço da fronteira agrícola e seus problemas decorrentes, principalmente nos estados do Centro-Oeste e do Norte.
Essa é uma realidade de Rondônia. Considerada a porta de entrada da Amazônia brasileira, apresenta floresta amazônica, manchas de cerrado e caudalosos rios. Portanto, é morada de uma das maiores diversidades de animais do país, abrigando espécies endêmicas como o mico-de-Rondônia (Mico rondoni), o zogue-zogue-do-parecis (Plecturocebus parecis) e a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa).
Em contrapartida, é marcado pelo profundo desmatamento e longos períodos de seca, que impulsionam severas queimadas naturais e, também, as criminosas. Além disso, o Estado cortado pela BR-364 é cenário de intenso fluxo rodoviário e, por consequência, atropelamentos da fauna silvestre.
Os animais… Ah, os animais! Sofrem mais uma vez. Perdem seu hábitat, seu alimento e muitas vezes são afetados fisicamente com queimaduras, fraturas e traumas que precisam urgentemente de cuidados de profissionais capacitados. Aí entram os centros de triagem e reabilitação de animais silvestres, os Cetras – que no Ibama são identificados como Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Responsáveis pelo recebimento desses animais oriundos do tráfico, resgatados ou entregues espontaneamente pela população, os Cetas do Ibama realizam o nobre trabalho de recuperar e reabilitar com o objetivo de devolução da fauna silvestre à natureza, de forma segura e responsável.
Na região Norte, contamos com Cetas do Ibama nos estados do Acre, Roraima, Amapá, Pará e Amazonas, os quais realizam programas de conservação de animais ameaçados de extinção, como o sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), que vive na região de Manaus (AM).
Agora chegou a vez de Rondônia! O espaço que antes era gerido pela Usina Hidrelétrica de Santo Antônio e recebia os animais advindos da supressão da vegetação, agora é de responsabilidade do Ibama em conjunto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia e apoio da Universidade Federal de Rondônia, onde está localizado. A reinauguração do Cetas de Porto Velho, prevista ainda para o ano de 2023, representa uma vitória para a causa ambiental frente aos impasses abordados anteriormente e marca a garantia de uma nova chance de vida aos animais expostos à pressão intensa do arco do desmatamento.
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