O retorno do gigante: a reconstrução do Maxakalisaurus topai

O Maxakalisaurus topai  foi um dinossauro do grupo dos saurópodes, mais especificamente dos titanossauros, que viveu há cerca de 80 milhões de anos no atual estado de Minas Gerais. Com aproximadamente 13 metros de comprimento e pesando cerca de nove toneladas, esse herbívoro de grande porte tinha um longo pescoço e cauda igualmente comprida, características típicas dos saurópodes.

Seus fósseis foram encontrados no município de Prata, na serra da Boa Vista, Triângulo Mineiro, em uma área pertencente à formação Adamantina, do grupo Bauru, que remonta ao Cretáceo Superior (93,5 a 83,5 milhões de anos). O nome Maxakalisaurus topai homenageia a tribo Maxakali e a divindade Topa, ambas da região.

A descoberta do Maxakalisaurus foi um evento marcante para a paleontologia brasileira. Durante a escavação, que não foi nada rápida, toneladas de fósseis e rochas foram escavados entre 1998 e 2002. Como consequência, foram encontrados fragmentos do esqueleto, principalmente vértebras cervicais e dorsais (elementos da coluna), além de costelas parcialmente articuladas. Mas, sem dúvida, o achado mais importante foi o da maxila direita, que apresentava quatro dentes ainda implantados – um achado bastante raro para a época.

Pelo tamanho dos ossos e repetição de alguns elementos, é estimado que haviam pelo menos dois indivíduos fossilizados. Havia também indícios de que, após sua morte, o animal foi predado por animais carniceiros da época, como crocodilomorfos e terópodes, evidenciados por marcas de desgaste ósseo e dentes soltos desses animais fossilizados ao redor dos ossos do Maxakalisaurus.

Embora seu tamanho não seja tão impressionante quanto o de outros saurópodes gigantes (como o Austroposeidon, com seus 25 metros, que fazia até o Maxakalisaurus ficar pequeninho!), seu estudo contribui para a compreensão da evolução dos saurópodes e da distribuição desses gigantes pelo supercontinente Gondwana – além de ter ajudado a entender melhor como os titanossauros cresciam e se desenvolviam, num texto que pode ser lido aqui. Além disso, ele evidencia o potencial das descobertas paleontológicas no Brasil e promove maior visibilidade para a Ciência nacional.

Reconstrução do Maxakalisaurus por financiamento coletivo

Por falar em tamanho, o Maxakalisaurus topai foi o primeiro dinossauro de grande porte montado para exposição no Brasil. Uma réplica de seu esqueleto, com cerca de 13 metros, foi instalada no Museu Nacional, no Rio de Janeiro (RJ), em 2006, junto com alguns de seus fósseis. Entretanto, essa réplica foi totalmente destruída no incêndio de 2018, que devastou grande parte do acervo científico e cultural do museu.

Porém, vamos falar de boas notícias: atualmente há uma campanha bem legal para reconstruir a réplica do Maxakalisaurus no Museu Nacional! Essa campanha de financiamento coletivo, hospedada na plataforma Benfeitoria, busca levantar fundos para essa reconstrução, que é mais do que apenas a recuperação de uma peça icônica que tanto encantou visitantes no museu. Ela simboliza a resiliência e o compromisso com a preservação do patrimônio científico e cultural do Brasil. Contribuir para essa campanha é uma forma de fortalecer a Ciência, a educação e a cultura no país, além de garantir que futuras gerações possam conhecer e aprender sobre o rico passado pré-histórico brasileiro.

• Vamos ajudar a colocar esse gigante de pé novamente! Acesse a campanha.

Para ler mais:

• KELLNER, A. W. A.; CAMPOS, D. A.; AZEVEDO, S.A. K.; TROTTA, M. N. F.; HENRIQUES, D. D. R.; CRAIK, M. M. T.; SILVA, HP.  On a new titanosaur sauropod from the Bauru Group, Late Cretaceous of Brazil. Boletim do Museu Nacional, Nova Série, Geologia, v. 74, p. 1-31, 2006.
• BRUM, A.S.; BANDEIRA, K. L. N.; SAYÃO, J. M.; CAMPOS, D. A.; KELLNER, A.W. A. Microstructure of axial bones of lithostrotian titanosaurs (Neosauropoda: Sauropodomorpha) shows extended fast-growing phase. Cretaceous Research, v. 136, p. 105220, 2022. DOI: 10.1016/j.cretres.2022.105220.

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