
“Pássaros da espécie galo-de-campina apreendidos de contrabandistas em São Paulo foram libertados nesta semana em Maranguape, na Grande Fortaleza. Os 65 pássaros são da fauna nordestina e foram capturados por armadilhas para animais silvestres, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e levados a outros estados em condições precárias.
(…) Os pássaros libertados pelo Ibama foram resgatados pela polícia em operações contra o tráfico de animais e embarcados de volta ao Nordeste em avião. Antes da soltura, eles foram instalados em um centro de reabilitação para animais silvestres em Messejana, na Grande Fortaleza.
“Eles estão muitas vezes desnutridos, desidratados, sem condições de voo. Nesse local eles vão passar por uma avaliação, receber alimento com suplemento vitamínico e depois eles vão começar a exercitar a musculatura de voo”, explica o analista. Na segunda etapa antes da soltura, os pássaros passam por uma etapa de ambientação, na Serra de Maranguape.” – texto da matéria “Pássaros capturados em contrabando são libertados na Grande Fortaleza”, publicada em 18 de novembro de 2014 pelo portal G1
O sistema de combate e atendimento a animais silvestres vítimas do tráfico de fauna é bastante deficiente no Brasil, carecendo de investigação e de exames para identificação dos locais de origem dos bichos apreendidos. Por conta disso, é impossível hoje saber o local do hábitat de origem dessas aves apreendidas em São Paulo para ser realizada a soltura.
Por conta disso, os órgãos ambientais acabam por realizar as solturas dos animais apreendidos em áreas onde ocorrem. Com certeza é o que foi feito com os galos-de-campina citados na matéria do G1. Até quando o poder público insistirá em não investir na gestão da fauna silvestre brasileira?
As solturas, apesar de revestidas de muita alegria, podem não ser bem sucedidas. Os animais devem ser capazes de se defender de predadores e se alimentar, de apresentar todo seu comportamento natural. Eles também têm de ser soltos em seus hábitats de origem e, quando não for possível identificar exatamente a região de onde veio o bicho, a área deve ser similar e com capacidade de fornecer alimentos e tudo que ele precisa. Deve-se também tomar cuidado para não criar uma superpopulação da espécie para que outras não sejam prejudicadas.
O assunto é complicado e muito negligenciado no Brasil. Que os galos-de-campina consigam se readaptar à vida livre.