Análise de Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“Um veado foi resgatado após ter sido atropelado por uma motocicleta em uma avenida de Registro, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira (20). O animal silvestre teve uma fratura exposta na perna e passou por cirurgia.
Segundo informações da Polícia Militar Ambiental, o motorista de um carro que trafegava pela avenida Clara Gianotti de Souza, no bairro Agrochá, viu quando uma motocicleta atropelou, por acidente, o veado.
Os dois motoristas, do carro e da motocicleta, desceram dos veículos para prestar socorro ao animal. Eles retiraram o veado da avenida e acionaram a Polícia Ambiental, por volta de 12h30. Quando os policiais chegaram no local, eles notaram que o veado estava com uma fratura exposta na pata esquerda.
Os policiais providenciaram uma caixa apropriada para o transporte do animal silvestre. Eles levaram o veado até uma clínica veterinária, onde ele ficou sob cuidados médicos. Ele foi tratado, medicado e passa bem.” – texto da matéria “Veado é atropelado em avenida de Registro, no Vale do Ribeira”, publicada em 21 de novembro de 2020 pelo portal G1
Em 10 de novembro, o Fauna News comentou o caso de um motorista que atropelou um lobo-guará e acionou a Polícia Militar para solicitar socorro ao animal no Distrito Federal. Como foi destacado, acidentes acontecem e cabe aos envolvidos não ignorarem a vítima ferida, bem como ao poder público fornecer atendimento rápido.
Assim como aconteceu com o lobo-guará no Distrito Federal, o veado-mateiro (Mazama americana) não foi deixado pelo piloto da motocicleta e recebeu atendimento rápido da PM Ambiental paulista.
O crescimento das áreas urbanas e a construção de vias de tráfego de veículos têm reduzido e fragmentado os habitat dos animais silvestres. Esse fenômeno está fazendo com que sejam cada vez mais frequente os encontros entre a civilização humana e a fauna – com claro prejuízo aos animais.
A falta de planejamento que leve em consideração os animais silvestres nas áreas de ocupação humana não é nova. Infelizmente, o espraiamento das manchas urbanas não leva esse elemento em consideração pelas prefeituras. Há ainda a ação humana dentro das áreas naturais ainda conservadas, como caça e queimadas, o que pressiona os animais a se deslocarem e, em muitos casos, eles se deparam com cidades e estradas.
A consequência está nas notícias.