Por Luciana Ribeiro
Jornalista e tecnóloga em Gestão Ambiental
olhaobicho@faunanews.com.br
Nome popular: tubarão-tigre
Nome científico: Galeocerdo cuvier
Estado de conservação: “quase ameaçado” na lista vermelha da IUCN e “quase ameaçado” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Os tubarões têm a fama de predadores implacáveis, inclusive de humanos. No entanto, segundo reportagem da National Geographic, em 2015 houve seis mortes humanas provocadas por ataques de tubarão no mundo inteiro e 34 causadas por ataques de cães apenas nos Estados Unidos. Sim, muitas espécies de tubarão são predadores de topo de cadeia, mas eles não devem ter sua reputação manchada por isso, sendo classificados como “assassinos” iguais a bandidos sádicos. Predadores como o tubarão-tigre são essenciais para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas oceânicos, já que são eles que controlam as populações de outros animais.
O tubarão-tigre chega a medir seis metros de comprimento, tem um corpo robusto, cabeça larga e achatada, e focinho curto e arredondado. O nome “tigre” vem das manchas escuras em seu dorso, bem fortes quando eles nascem e que vão esmaecendo com o envelhecimento.
Essa é a única espécie da família Carcharhinidae que é ovovivípara, ou seja, os ovos que produz são incubados e eclodem dentro do corpo da mãe. E suas ninhadas são bastante grandes, com uma média de 30 a 35 embriões, mas há registros de mais de 80 em uma única fêmea. Os filhotes nascem com algo entre 50 e 90 centímetros, independentes, apesar de muito vulneráveis à predação.
Sua dieta é a mais diversificada entre os tubarões. Inclui peixes, inclusive outros tubarões e raias, tartarugas, aves marinhas, focas, golfinhos, caranguejos, lagostas, gastrópodes e águas-vivas. Eventualmente, incluem no cardápio lixo de origem humana, incluindo plásticos, metais, sacos e qualquer outra coisa descartada no mar. Humanos não estão entre as preferências do tubarão-tigre e só são atacados quando confundidos com outros animais.
O tubarão-tigre é encontrado em mares temperados tropicais e quentes do mundo inteiro, inclusive na costa brasileira – principalmente no Nordeste. É capturado regularmente em pescarias, tanto intencional como acidentalmente. É visado para a comercialização de carne, barbatanas, pele, óleo de fígado e cartilagem. Se ainda não enfrenta um grande risco de extinção, já há evidências de declínio em populações que foram pescadas intensamente e a demanda contínua de produtos, especialmente das barbatanas, pode resultar em quedas populacionais no futuro.
– Texto originalmente publicado em 16 de maio de 2018
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