Por Elisângela de Albuquerque Sobreira Borovoski
Pós-doutora em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses pela Universidade de São Paulo. Mestra em Ecologia e Evolução e doutora em Animais Selvagens pela Universidade Estadual Paulista. Coordenadora de Fauna da Prefeitura de Anápolis (GO), presidente da Comissão de Animais Selvagens e Meio Ambiente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás e membro da Comissão Nacional de Animais Selvagens do Conselho Federal de Medicina Veterinária
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O turismo de vida selvagem e a visita às atrações com animais nas férias estão mais populares do que nunca. Infelizmente, embora esse contato com fauna nas férias possa ser a experiência de uma vida inteira para os turistas, às vezes pode significar uma vida inteira de sofrimento para os animais.
A seguir, listei algumas dicas para evitar incentivo aos maus-tratos aos animais silvestres:
– Não assista a shows que utilizem animais, principalmente os que são forçados a se apresentarem de maneira não natural. Infelizmente, em circos e alguns zoológicos ao redor do mundo vemos, por exemplo, ursos em bicicletas e boxe de orangotangos. Espetáculos de circo com tigres saltando através de aros podem sobreviver em alguns locais, mas a informação sobre como os animais são treinados para fazer isso levou muitos países a banir apresentações com animais selvagens.
Atualmente ainda há alguma controvérsia em torno de shows com golfinhos. O debate e os questionamentos estão intensos sobre se ensinar golfinhos a realizar truques – e, por associação, mantê-los em cativeiro – é cruel e causa estresse. Alguns argumentam que os shows são importantes para educação e conservação, enquanto muitos dizem que manter um mamífero social inteligente em uma piscina com cerca de um milionésimo do tamanho de seu hábitat natural é inerentemente cruel e deve ser interrompido.
– Não tire fotos segurando um animal silvestre. Turistas em muitos países são frequentemente abordados em áreas movimentadas por moradores locais que oferecem a oportunidade de tirar uma foto segurando um animal selvagem. O lado oculto dessas fotos é que o animal foi retirado da natureza, muitos tiveram seus pais mortos, suas garras e dentes removidos e foram espancados até ficarem dóceis, sendo criados em condições terríveis.
– Mantenha distância dos animais selvagens para não os perturbar ou prejudicar. Aproximar-se, quando se trata de animais selvagens, não é sensato. Safaris em que ônibus ou outros veículos cheios de turistas falando alto ou observação de golfinhos em que grupos desses animais são cercados por uma dúzia de barcos que colocam pessoas na água são más práticas. Ao viajar, reserve um tempo para garantir que você fará passeios com uma operadora legalizada e respeitável, que entenda que deve partir do animal a escolhe vir até nós, e não o contrário.
– Não compre ou coma nada que possa ter vindo de um animal silvestre. Comer em um restaurante que serve pratos “exóticos” pode ser perigoso para o seu próprio organismo, causando riscos de transmissão de zoonoses, além de também poder contribuir para o desaparecimento de espécies. Fazer compras nas férias pode ser muito divertido, mas cuidado com itens feitos com dentes, pelos e penas e outras partes de animais.
Pense em como sua experiência turística durante suas férias impacta os animais. A maioria dos danos à fauna pode ser evitada com um pouco de reflexão e pesquisa. Ajude a conservar o meio ambiente hoje para que possamos visualizar animais silvestres na natureza nos próximos feriados.
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