Trinca-ferro de R$ 6 mil é alvo de ladrão: o preço do bicho e o tráfico

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
23 de julho de 2013
“Um homem foi preso na noite deste domingo (21) em Teresópolis, Região Serrana do Rio, quando tentava roubar um passarinho de uma residência no bairro da Prata. O acusado foi flagrado pelo proprietário da casa, que acionou a Polícia Militar (PM). Ele foi levado à 110ª Delegacia de Polícia, no bairro do Alto, onde o caso foi registrado.

 
Trinca-ferro
Foto: Christian Camargo

Longe de ser um simples passarinho, o ladrão tentava furtar um trinca-ferro, avaliado em R$ 6 mil. O animal era registrado. A ave, segundo especialistas, é altamente valorizada por criadores e também é alvo constante de contrabandistas de animais silvestres. Para a criação em cativeiro é preciso autorização especial do IBAMA.” – texto da matéria “Homem é preso após tentar furtar passarinho em Teresópolis, RJ”, publicada em 22 de julho de 2013 pelo portal G1

Em criadouros legalizados, essas aves custam, pelo menos, R$ 1 mil. Os altos preços de animais criados legalmente é um incentivo ao tráfico, onde os valores são muito mais baixos. Infelizmente, o hábito de criar animais silvestres como bichos de estimação ainda é muito forte e acaba sendo também outro incentivador para a existência do mercado negro.

Há quem defenda a existência de um amplo comércio legalizado de animais silvestres (para abastecer uma demanda por bichos de estimação) como ferramenta para combater o tráfico de fauna. Afinal, segundo os defensores dessa ideia, quem compraria um animal de procedência desconhecida, arriscando-se a contrair doenças e a problemas legais, se existe a possibilidade da compra dentro da lei?

Sem levar em conta a discussão ética sobre o direito à liberdade dos animais, a possibilidade de legalização do comércio de algumas espécies de silvestres tem de ser analisada pensando no preço. É o caso do trinca-ferro. Ou você acha que a maioria dos compradores de animais, cujo nível econômico não permite gastar altas quantias, vai deixar de comprar?

Infelizmente, não. O tráfico vai continuar a existir. E com força.

Isso já acontece com os papagaios-verdadeiros. No mercado negro, a ave custa entre R$ 150 e R$ 250. Em um criadouro legalizado, o preço varia entre R$ 1.800 e R$ 2.500.

Mesmo assim, o Ibama prepara a chamada “lista pet”, que, em breve, deverá ser divulgada pelo órgão com cerca de 100 espécies de silvestres com permissão para o comércio legalizado como bichos de estimação.

Um grande erro!

– Leia a matéria completa do portal G1
– Leia a matéria “Aberta a temporada do tráfico”, publicada na edição 101, de setembro de 2012, da revista Terra da Gente

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Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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