
Biólogo, mestre em Biologia Animal pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) Tangará da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), em Recife, e coordenador técnico do projeto de reabilitação, soltura e monitoramento de papagaios-verdadeiros intitulado de Projeto Papagaio da Caatinga
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As entradas de animais silvestres nos centros de triagem e de reabilitação de animais silvestres (Cetras) são consequência de três causas: apreensão, entrega voluntária e resgate. No resgate, temos vários motivadores, como a urbanização, o efeito de empreendimentos (rodovias, ferrovias, entre outros), fragmentação de áreas verdes, etc.
O trabalho de resgate é um serviço essencial realizado pelas polícias ambientais, brigadas municipais ambientais, bombeiros, órgãos estatais de meio ambiente, ONGs e outros parceiros. Esses entes têm a função primordial de encaminhar animais em diversos estados de saúde aos centros. É uma atividade bem semelhante ao atendimento do SAMU ou do corpo de bombeiros.
Essa função faz com que seja necessário que os envolvidos no resgate e transporte de animais tenham um bom entendimento das necessidades de cuidados durante o manejo para que a equipe de veterinários dos Cetras possam conseguir recuperar seus pacientes de forma plena e sem mutilações. É necessário, portanto, que as equipes de resgate recebam treinamento, aumentando assim a qualidade do atendimento fornecido aos espécimes e a segurança dos que estão resgatando.
É importante, portanto, que os integrantes das equipes de resgate tenham esse treinamento dentro dos Cetras, para que eles entendam a realidade dos centros e possam identificar as necessidades de todo o processo.

O treinamento precisa estar ligado diretamente a pontos focais do resgate como identificação da espécie para proceder adequadamente quanto ao comportamento e as necessidades básicas para a manutenção do animais até a sua entrega; termorregulação no transporte até o atendimento no Cetras; hidratação e dieta para caso seja preciso oferecer o que realmente eles podem comer.
O Cetras Tangará, da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), vem capacitando essas equipes da seguinte forma: primeiramente os agentes tem uma formação inicial de oito horas com noções teóricas e práticas para, em segunda, receberem o treinamento específico para grupos específicos da fauna, como serpentes, crocodilianos, macacos, araras e etc.
O Cetras Tangará já capacitou mais de 200 agentes no estado de Pernambuco. Com isso, procura-se garantir que os atendimentos possam ser mais efetivos, ajudando assim na conservação da fauna, já tão castigada por todo o processo humano de ocupação desordenada.

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