Tráfico de papagaios – parte 2: agora na Caatinga

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
20 de setembro de 2012
Ontem, 19 de setembro de 2012, o Fauna News publicou “Aberta a temporada de tráfico de papagaios-verdadeiros”. Mas a exploração da espécie Amazona aestiva não está restrita aos estados do Cerrado brasileiro. Ele também ocorre na Caatinga, mas com algumas diferenças. A começar pela época de apanha dos filhotes, que ocorre entre dezembro e março (período reprodutivo da espécie no bioma) – e não em setembro e outubro.

Apreensão de papagaios da Caatinga
Foto: Arquivo de Kima Manso

Outra característica é o tráfico de ovos da espécie. “Já abreviaram tanto a “época de coleta” que atualmente o forte já está sendo o tráfico de ovos”, afirma a presidente da ONG pernambucana ECO – Organização para a Conservação do Meio Ambiente, Kilma Manso.

Por causa da redução das populações da espécie, os papagaios-verdadeiros não são vistos mais com facilidade em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande Norte, Alagoas e Sergipe. As aves ainda são encontradas em regiões da Bahia, Piauí e Maranhão, que, por esse motivo, se tornaram os atuais alvos dos traficantes. O principal mercado consumidor dos papagaios da Caatinga é o eixo Rio-São Paulo, mas também há grande demanda dos grandes centros urbanos nordestinos.

Os papagaios são normalmente transportados em caminhões pelas BRs 101, 116 e 407, onde permanecem pelo menos dois ou três dias até chegarem ao Sudeste. Apesar de as rotas serem conhecidas, Kilma afirma que “a capacidade e a eficiência das ações repressivas é absurdamente insignificante face o montante de animais que deve ser capturado e transportado diariamente em todo o país.” E a ambientalista sabe do que fala: trabalhou por oito anos na Polícia Federal, incluindo a Divisão de Repressão aos Crimes Ambientais na sede em Brasília, e por dois anos na superintendência do Ibama da Bahia.

– Releia o post “Aberta a temporada de tráfico de papagaios-verdadeiros”, publicado pelo Fauna News em 19 de setembro de 2012
– Releia o post  ’“De volta para casa”: seriedade de gente comprometida e 80 papagaios-verdadeiros novamente livres’, publicado em 18 de setembro de 2012 pelo Fauna News
– Leia a matéria “Aberta a temporada do tráfico”, da revista Terra da Gente
– Conheça a ECO – Organização para a Conservação do Meio Ambiente

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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