Tem nome de árvore e canto que encanta: é o sabiá-laranjeira

Nomes populares: sabiá-laranjeira, sabiá-cavalo, sabiá-ponga, piranga, ponga, sabiá-coca, sabiá-de-barriga-vermelha, sabiá-gongá,sabiá-laranja, sabiá-piranga, sabiá-poca, sabiá-amarelo, sabiá-vermelho e sabiá-de-peito-roxo
Nome científico: Turdus rufiventris
Estado de conservação: “pouco preocupante” (LC) na Lista Vermelha da IUCN

Se fosse escolher dois sons que representassem a estação das flores, certamente citaria Primavera, criada por Cassiano e Silvio Rochael, lindamente eternizada por Tim Maia, e o canto do sabiá-laranjeira.

Ave símbolo do estado de São Paulo e do Brasil, frequentemente citada em poemas e músicas de artistas brasileiros, o sabiá-laranjeira pode ser encontrado na Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil, onde é uma das espécies mais abundantes, ocorrendo em praticamente todos os Estados.

Com cerca de 25 centímetros e 68 (machos) ou 78 (fêmeas) gramas, apresenta plumagem marrom-acinzentada, com o ventre vermelho-ferrugem, levemente alaranjado, e bico amarelo-escuro. As patas são cinza, a garganta é esbranquiçada e rajada de marrom, enquanto o peito é cinza-pardo. Os olhos, negros, são circundados de amarelo.

Vive em florestas abertas, beiras de campo, bordas de mata e mesmo em centros urbanos, preferindo áreas verdes e locais próximos à água, onde gosta de banhar-se. Pode ser visto saltitando no solo, mas está sempre perto das árvores.

Sua preferência alimentar envolve artrópodes adultos, larvas, minhocas, frutas maduras e anfíbios recém metamorfoseados.

O canto do sabiá-laranjeira

Seu canto, parecido com o som de uma flauta, é um dos mais potentes da natureza, podendo ser ouvido a grande distância e durar até dois minutos, ininterruptamente. Geralmente ouvido ao amanhecer e à tarde, pode irritar algumas poucas pessoas, mas no geral, mais encanta do que aborrece.

A vocalização funciona como atrativo para a fêmea, defesa de território ou alerta. É um canto parcialmente aprendido, com variações individuais a partir de uma estrutura pré-determinada, havendo diferentes linhagens geográficas. Nenhum pássaro da espécie canta exatamente como o outro.

O sabiá-laranjeira é totalmente territorialista, não aceitando bem a presença de outras aves onde se encontra.

Em relação à reprodução, a fêmea, que pode realizar três posturas por ano, costuma colocar cerca de três a quatro ovos em ninhos feitos de gravetos, folhas finas e, às vezes, barro, que são construídos com a ajuda do macho.

Os filhotes deixam o ninho três semanas após o nascimento. Não há dimorfismo sexual, mas as fêmeas costumam ser maiores que os machos.

O estado de conservação do sabiá-laranjeira ainda é “confortável”, mas há uma crescente preocupação quanto ao seu destino, por conta da degradação de seu hábitat natural, além da captura para comercialização, seja no mercado interno, seja no exterior.

É necessário conscientizar a população, em relação à captura, criação doméstica e tráfico antes que “ameaçado” passe a ser o novo status dessa e de outras de nossas espécies.

Vídeo do canal Mundo Curioso das Aves (YouTube):

https://youtu.be/JjiILKqsWTo?si=ReczOs_yZlnppGZv

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