Tartaruga-de-couro: uma gigante ameaçada

Nomes populares: tartaruga-de-couro,tartaruga-gigante, tartaruga-de-cerro, tartaruga-de-quilha
Nome científico: Dermochelys coriacea
Estado de conservação: “criticamente em perigo” (CR) na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção e “vulnerável (VU) na lista vermelha da IUCN

Linda e majestosa, a tartaruga-de couro é um dos animais marinhos mais impressionantes de que se tem notícia. É a maior tartaruga do mundo, podendo chegar a dois metros de comprimento e pesar cerca de 700 quilos. Ao contrário dos outros quelônios, a tartaruga-de-couro não apresenta escudos de queratina em sua carapaça, formada por um mosaico de minúsculos ossículos irregulares (osteodermos), cobertos por uma pele resistente com aspecto de couro, além de sete quilhas longitudinais dorsais e três ventrais.

Sua coloração varia de cinza escuro a preto, passando pelo azulado, com manchas brancas por todo o corpo. O casco em forma de lágrima confere a esses animais a melhor hidrodinâmica entre as tartarugas-marinhas. As grandes nadadeiras anteriores, também maiores em relação ao corpo dentro do grupo, contribuem para um nado mais eficiente, cuja velocidade pode chegar a 35 km/h. São animais migratórios, transitando entre áreas de alimentação e descanso para as áreas de reprodução.

Tartarugas-de-couro ocorrem em zonas tropicais e temperadas dos oceanos Índico, Pacífico e Atlântico, preferindo a zona oceânica, onde podem chegar a até 1.000 metros de profundidade, à costeira. Elas se aproximam do litoral na época da reprodução. No Brasil, desovam regularmente no litoral norte do Espírito Santo, mas podem, eventualmente, ser avistadas em outros Estados.

Seu ciclo de vida é longo. O acasalamento é na água e o sexo dos filhotes é determinado pela temperatura dos ninhos. Em relação à alimentação, preferem principalmente águas-vivas e outros invertebrados “gelatinosos”. A maxila superior em forma de “W” e o esôfago revestido por estruturas de queratina no palato facilitam a ingestão e o processamento do alimento.

Tartarugas-de-couro, assim como as outras espécies de tartarugas-marinhas, sofrem com a ação do homem no ambiente. Poluição, coleta de ovos, captura acidental em redes, descarte de sacolas plásticas que vão parar nos oceanos e são confundidas com alimento (águas-vivas), degradação do ambiente, construções na orla são algumas das ameaças a esses animais.

Felizmente, várias ações, como as do Projeto Tamar, têm apresentado resultados importantes em relação à educação ambiental e à conservação das tartarugas-marinhas. Porém muito ainda precisa ser feito e, como toda causa ambiental, é preciso unir forças, ou seja, como cantava Tina Turner, que nos deixou semana passada, “Let’s stay together”.

Vídeo do Projeto Tamar sobre as tartarugas-de-couro

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