Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestra e doutoranda no Programa de Pós Graduação em Ecologia da mesma universidade, onde atua no Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias (NERF).
Tem como principais interesses assuntos relacionados à ecologia de ferrovias e rodovias, assim como conservação da natureza e educação ambiental.
O sensoriamento remoto é uma técnica para obtenção de informações da superfície terrestre à distância por meio de imagens obtidas por sensores instalados em satélites. Esses sensores são capazes de detectar a energia eletromagnética da Terra e as imagens registradas possuem diferentes características que nos permitem enxergar alguns elementos “escondidos”.
Ao olharmos uma imagem aérea de uma área de floresta, poderíamos ver apenas uma mancha verde. Mas a partir de índices específicos (que nos fornecem valores sobre algumas informações) obtidos por esses sensores, podemos diferenciar, por exemplo, as condições da vegetação a partir da reflectância de energia omitida pelas árvores (como o índice Índice de Vegetação da Diferença Normalizada – NDVI) e assim gerar informações mais detalhadas para a região.
Embora ainda pouco explorados em algumas linhas de estudo, os dados de sensoriamento remoto podem ser muito úteis para nos ajudar a compreender algumas questões. Pensando nisso, pesquisadores realizaram um estudo integrando esse tipo de dado na identificação de áreas prioritárias para mitigação de atropelamentos de 19 espécies de mamíferos não voadores, aves e morcegos.
No estudo, realizado em Portugal, foram utilizados diferentes índices de sensoriamento remoto para obter métricas de hábitat e, juntamente com dados de presença das espécies, identificar áreas de ocorrência das diferentes espécies. Esses índices permitiram relacionar a ocorrência das espécies com características da paisagem, como biomassa, conteúdo de água, temperatura da superfície, entre outras métricas. A relação entre os índices e a ocorrência das diferentes espécies foi utilizada também para gerar mapas de conectividade. A partir desses mapas, das características das estradas e dos próprios índices, os autores utilizaram modelos matemáticos para identificar áreas de maior risco de atropelamento das espécies.
Os resultados variaram para cada espécie. Em geral, para a identificação das áreas de ocorrência, índices relacionados à produtividade da vegetação foram importantes para os mamíferos não voadores. Enquanto índices de estrutura da vegetação foram mais relacionados com as aves e índices termais mais importantes para morcegos. E a partir dos resultados da identificação das áreas de riscos, os pesquisadores geraram mapas multiespecíficos que consideraram as combinações entre os grupos de espécies avaliadas.
A utilização de dados de sensoriamento remoto pode ser uma grande aliada na identificação de fatores relacionados ao impacto de atropelamentos de fauna nas rodovias, auxiliando na localização de trechos prioritários para mitigação. Contudo, há desafios importantes como a grande exigência em termos de operação computacional, além da interpretação dos índices e a clareza na associação deles com os atropelamentos.
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Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestra e doutoranda no Programa de Pós Graduação em Ecologia da mesma universidade, onde atua no Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias (NERF). Tem como principais interesses assuntos relacionados à ecologia de ferrovias e rodovias, assim como conservação da natureza […]
