Há mais de 19 anos, trabalhamos pela conservação das aves e dos ambientes, conectando as pessoas à natureza. Desenvolvemos estratégias e ações sempre jogando junto com o envolvimento das comunidades locais, pesquisadores e outras entidades.
Hoje estamos em nove estados brasileiros, com programas de conservação da biodiversidade e de engajamento. Conheça o programa Amigos da SAVE Brasil e faça parte dessa rede!
Graduada em Gestão e Engenheira Ambiental e mestre em Conservação de Fauna pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde pesquisou o movimento e a sobrevivência de Aburria jacutinga reintroduzidas. Atualmente, é coordenadora de projetos responsável pela gestão da RPPN Pedra D’Antas, com atuação nas ações de conservação, governança, fiscalização e articulação.
Ao chegar na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Pedra D’Antas , localizada em Lagoa dos Gatos (PE), a emoção toma conta. Aos poucos, entrando em silêncio da mata atlântica, nossos sentidos vão ficando mais apurados e vamos percebendo os moradores que prontamente começam a se apresentar.
Logo no início da trilha, já ouvimos a algazarra das vozes dos sabiás, capitães-de-saíra-amarelo (Attila spadiceus) e das chocas-da-mata (Thamnophilus caerulescens). Ao fundo, o som do estalo das asas da rendeira (Manacus manacus) é sinal que ali tem um macho caprichoso, fazendo voos ágeis para impressionar a fêmea. Mas se tem um grupo que rouba a cena no grito são os apuins-de-cauda-amarela (Touit surdus), que circulam ligeiros acima da copa das árvores anunciando sua passagem numa emergência de ambulância.
Longe da borda, no interior da floresta, também vai mudando o cenário. As árvores vão ficando mais altas e frondosas, a copa densa faz sombra e protege o solo úmido, os cipós vão se entrelaçando numa escalada rumo ao topo. No chão vai se formando uma cobertura de folhas e matéria orgânica.
Nesse ambiente, temos três moradores com algo semelhante: o zidedê-do-nordeste (Terenura sicki), o cara-pintada (Phylloscartes ceciliae) e formigueiro-de-cauda-ruiva (Myrmeciza ruficauda). Eles apresentam cores mais discretas, se alimentam de insetos e frequentam florestas semiúmidas.
Mas diferente do zidedê e do cara-pintada, que geralmente forrageiam no dossel da floresta, bastante ativos, inquietos e por vezes se juntando a um bando misto de espécies, o formigueiro-de-cauda-ruiva frequenta o sub-bosque sombreado da mata, com saltos intercalados em paradas frequentes, vasculhando sem muita pressa as folhas mortas no mesmo ponto.
Uma trilha nos leva ao ponto alto da mata: a torre de observação de aves, uma estrutura de 12 metros de altura que nos permite uma vista privilegiada, acima da copa das árvores. Nesse imenso tapete verde é possível observar as aves que utilizam o estrato mais alto da floresta e também aquelas que voam a muitos metros de altura, como o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e o gavião-gato-do-nordeste (Leptodon forbesi).
Se dentro da floresta nossos olhos são treinados para detectar os menores movimentos e os ouvidos aguçados para ouvir os sons entre a vegetação, chegando no jardim dos beija-flores somos cercados pelo bailado flutuante dessas pequenas aves coloridas. No total, 22 espécies podem frequentar o local em busca das flores e dos bebedouros.
Os mais abundantes são os beija-flores-pretos (Florisuga fusca), que em voos rasantes passam de um lado a outro, muitas vezes disputando no ar o seu espaço. O beija-flor-de-costas-violetas (Thalurania watertonii) se destaca com sua cauda bifurcada e um tom azul-violeta iridescente nas costas. De tão pequeno, o rabo-branco-rubro (Phaethornis ruber) parece um besouro voando e, ao adejar às flores maiores que ele, é preciso ser rápido no clique da foto.
O verde é uma cor predominante entre eles, seja no dorso, na barriga ou no corpo todo, mas cada um com seu tom próprio. E quando voam na luz do sol, cada movimento transmite uma cor brilhante, que vai mudando de acordo com o ângulo.
E temos aqueles também com detalhes deslumbrantes em rosa, vermelho e amarelo. O estrelinha-ametista (Calliphlox amethystina) e o bico-reto-de-banda-branca (Heliomaster squamosus) apresentam a garganta escamada em tom de rosa, Já o beija-flor-vermelho (Chrysolampis mosquitus) adotou as cores quentes para cortejar a fêmea com o seu peito cor de ouro e o topete vermelho intenso, O topetinho-vermelho (Lophornis magnificus), ao cortejar a fêmea, exibe um penteado digno de um astro do rock.
Seja você um observador de aves muito experiente, iniciante ou que nunca fez este tipo de atividade, a RPPN Pedra D’Antas oferece uma oportunidade única para você se conectar com nossas aves exuberantes.
Observação: as opiniões, informações e dados divulgados
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Há mais de 19 anos, trabalhamos pela conservação das aves e dos ambientes, conectando as pessoas à natureza. Desenvolvemos estratégias e ações sempre jogando junto com o envolvimento das comunidades locais, pesquisadores e outras entidades. Hoje estamos em nove estados brasileiros, com programas de conservação da biodiversidade e de engajamento. Conheça o programa Amigos da SAVE […]
Graduada em Gestão e Engenheira Ambiental e mestre em Conservação de Fauna pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde pesquisou o movimento e a sobrevivência de Aburria jacutinga reintroduzidas. Atualmente, é coordenadora de projetos responsável pela gestão da RPPN Pedra D’Antas, com atuação nas ações de conservação, governança, fiscalização e articulação.
