
Coordenador de Comunicação da Associação Mata Ciliar, que mantém um centro de reabilitação de animais silvestres em Jundiaí (SP)
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Esta é uma daquelas histórias que não teve um final feliz, mas revelou que ainda há pessoas que se empenham ao máximo em tentar ajudar um animal em sofrimento. Uma jovem fêmea de anta por algum motivo não conseguia movimentar os membros posteriores, o que dificultava o seu caminhar e, principalmente, a impedia de nadar normalmente. Na sexta-feira, 18 de dezembro, funcionários da fazenda onde ela estava, na região de Juquitiba (SP), identificaram esse problema e prontamente se dedicaram a resgatar o animal no momento em que estava quase se afogando em uma represa.
Um dos funcionários entrou na água e conseguiu trazer a anta até a margem, onde ela ficou sendo observada até que o resgate chegasse. A Associação Mata Ciliar foi acionada no final da tarde e prontamente mobilizamos uma equipe que chegou ao local no começo da noite. Devido a gravidade da situação, os primeiros atendimentos foram realizados em nossa ambulância e posteriormente fizemos a viagem de volta para nossa sede em Jundiaí (SP), onde o animal ainda passou por exames e tratamentos preliminares durante a madrugada.
Nenhuma fratura foi identificada na radiografia, mas o estado da anta era muito preocupante e ela respirava com bastante dificuldade. Infelizmente, apesar de todos os esforços, o animal veio a óbito e a posterior necrópsia revelou que ele estava com muita água no pulmão, provavelmente aspirada enquanto nadava com dificuldade. O fim dessa história é triste, mas foi surpreendente como as pessoas envolvidas no caso se mobilizaram para buscar uma solução para o animal, principalmente o zelador da fazenda, conhecido como Magrão, que esteve o dia inteiro disposto a ajudar a anta. Agradecemos também a médica veterinária Tábata, que realizou o radiografia de forma gratuita na Associação Mata Ciliar.
É importante ressaltar que a fazenda abriga uma grande quantidade de antas por ser um local que mantém vastas áreas de preservação, sendo um refúgio para a espécie. Agradecemos também a participação da SOS Mata Atlântica, que articulou o processo para que o resgate pudesse ser feito pela nossa equipe.
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