Reflexão para o fim de semana: o hobby que movimenta o tráfico

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
13 de janeiro de 2012
Manter aves em gaiolas, isto é, roubar a liberdade de um ser vivo e causar desequilíbrio em ecossistemas, ainda é justificado como hobby.

“Quarenta animais silvestres foram apreendidos no município de Limoeiro, agreste do estado. De acordo com a polícia, as aves estavam numa casa localizada na Rua Antônio Nicolau Teixeira, nº84, Bairro José Fernandes Salsa.

A ação ocorreu por volta das 11h desta terça-feira (10) em cumprimento a um mandado de busca e apreensão. No local os policiais encontraram 37 canários-da-terra, dois galos-de- campina e ainda um periquito jandaia. Os canários estavam em um viveiro, já o periquito e os dois galos-de-campina estavam em gaiolas. A residência pertence a um homem identificado como Luis Lucas da Silva, 58 anos, que em depoimento oficial disse que criava os animais como “hobby”.” – texto da matéria “Polícia apreende 40 animais silvestres em Limoeiro”, publicada em 11 de janeiro de 2012 pelo site do jornal Diário de Pernambuco

Imagem ilustrativa.

Essa prática é uma herança que está difícil de ser eliminada…

Xerimbabo. Na língua tupi a palavra quer dizer “coisa muito querida” e é utilizada pelos indígenas para designar animais silvestres tratados como bichos de estimação. O hábito faz parte da cultura desses povos que mantêm soltos nas aldeias araras, papagaios, periquitos, primatas e vários outros tipos de animais. Nunca se tentava domesticar as espécies, mas sim os espécimes. Lógico que, com o contato com a cultura do “homem branco”, muito tem mudado.

Mas esse costume se misturou com o também antigo hábito da civilização européia que, desde a Idade Média, cria animais silvestres, seja como pet seja como mercadoria ou fonte de alimento. A mistura dessas tradições forjou um forte traço na vida dos brasileiros, que gostam de criar silvestres como aves e macacos em suas residências.

E justamente esse hábito sustenta o tráfico de animais e mostra o quanto se pode maltratar um bicho pelo prazer egoísta de mantê-lo próximo. E não há exagero nenhum nessa afirmação.” – texto do post “Macaco-prego albino é vítima de um hábito cruel” publicado pelo Fauna News em 20 de junho de 2011

Quanto ao sujeito flagrado com tantos animais…

“Luis Lucas assinou um Termo de Compromisso e Responsabilidade e foi liberado para responder o processo em liberdade.” – texto do Diário de Pernambuco

– Leia a matéria completa do Diário de Pernambuco
– Releia o post “Macaco-prego albino é vítima de um hábito cruel”, de 20 de junho de 2011

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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