Quando o bicho vira problema e a entrega voluntária

Dimas Marques
  • Dimas Marques

    Editor-chefe

    Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde pesquisou a cobertura do tráfico de animais silvestres por jornais de grande circulação brasileiros. Atua na imprensa desde 1991 e escreve sobre fauna silvestre desde 2001.

    Fauna News
18 de outubro de 2013
“Dez jabutis adultos da espécie Geochelone carboraria foram entregues nesta quinta-feira (17) por uma moradora no Bosque dos Papagaios, em Boa Vista. Os animais são considerados silvestres e estão em risco de extinção. Sua criação em cativeiro é considerada crime ambiental.

Jabutis entregues em Boa Vista
Foto: Vanessa Lima/G1 RR

Segundo o assessor técnico ambiental da Secretaria Municipal de Gestão Ambiental e Assuntos Indígenas, Luis Felipe Gonçalves, apesar de proibida, a criação do animal em cativeiro é uma prática comum na região Norte do país. A espécie é bastante encontrada no lavrado do país. (…)

Em Boa Vista, além dos jabutis, espécies de papagaios e araras são os principais alvos para criação em cativeiro. (…)” – texto da matéria “Em Boa Vista, moradora entrega 10 jabutis criados em cativeiro”, publicada em 17 de outubro de 2013 pelo portal G1

O hábito de criar animais silvestres em cativeiro é o principal incentivador do tráfico de fauna. A matéria não fornece informações sobre o motivo que levou a mulher a realizar a entrega voluntária dos animais. Poucos são os que tomam tal atitude por adquirir consciência do problema ambiental ou para o próprio animal.

A maioria entrega o animal pelo fato de que o mesmo se torna um incômodo. Normalmente, esses bichos vão para as casas das pessoas ainda filhotes e, quando crescem, o comportamento do silvestre (ainda que em cativeiro) não é o mesmo de um doméstico (como cães e gatos). A necessidade de espaço, de se movimentar bastante, o risco de mordidas ou de um contato físico mais violento acaba estimulando a pessoa a entregá-lo ou até a soltá-lo – o que é errado e extremamente perigoso para o próprio bicho e para o ecossistema.

Nunca solte o animal silvestre!

Sobre a entrega voluntária de animais silvestres em situação irregular, diz o Decreto nº 6.154, de 2008, no parágrafo 5º do artigo 24:

“No caso de guarda de espécime silvestre, deve a autoridade competente deixar de aplicar as sanções previstas neste Decreto, quando o agente espontaneamente entregar os animais ao órgão ambiental competente.”

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– Leia a matéria completa do portal G1

Fauna News

Sobre o autor / Dimas Marques

Formado em Jornalismo e Letras, ambos os cursos pela Universidade de São Paulo. Concluiu o curso de pós-graduação lato sensu “Meio Ambiente e Sociedade” na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo com uma monografia sobre o tráfico de fauna no Brasil. É mestre em Ciências pelo Diversitas – Núcleo de Estudos das […]

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