Por Andreas Kindel
Biólogo, professor associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenador do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da mesma universidade (NERF-UFRGS)
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A morte é uma certeza da vida. Também sabemos que a morte é um meio para a vida. Seres vivos se constituem de matéria e energia provinda de outros seres que o antecederam. E morreram. Não há dúvida, portanto, que a morte é aceitável; que até é uma necessidade.
E a mortalidade, um fenômeno não individual, mas populacional, tem limite? Em que nível a mortalidade deixa de ser aceitável? Quantos dígitos precisa ter o número para nos desacomodarmos?
Morrem 150 antas na ferrovia A por ano! Morrem 15 mil répteis na rodovia B por ano! Morrem nove mil anfíbios por quilômetro, por ano, na rodovia C!
Morreram 300 mil brasileiros, em apenas um ano, por uma causa, em grande medida, evitável!
Quem vai dar um basta? Quando vamos dar um basta? Quantos vão dar um basta?
Eles e elas morreram!!!
E nós?
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