Por Ludmila Henrique
Aluna de Jornalismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e integrante do portal Impacto Ambiental para o Projeto Nova Geração
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O Projeto Coral-Vivo lançou na segunda-feira, 11 de setembro, seu primeiro livro para o público infantil. Intitulado Grude-Grude, a obra é parte das comemorações de 18 anos do projeto, que reúne várias instituições para a conservação de recifes de coral brasileiros. A publicação pode ser baixada gratuitamente.
Desde 2003, o Projeto Coral-Vivo trabalha com pesquisas, educação, políticas públicas e comunicação para a conservação da vida marinha. Os recifes de coral, seu principal foco de atuação, são importantes ecossistemas para a economia e o meio ambiente em razão de indicarem como está a qualidade da águas bem como servirem de habitat para uma grande variedade de animais aquáticos. O projeto , que é patrocinado pelo programa Petrobras Socioambiental, atualmente conta com ações colaborativas de 14 instituições de pesquisas no Brasil.
Para celebrar o aniversário de 18 anos do projeto, e aproveitando a véspera do Dia das Crianças, o Projeto Coral-Vivo lançou, em parceria com a autora Bia Hetzel e a ilustradora Mariana Massarani, o livro Grude-Grude. O enredo é ambientado nos recifes do sul da Bahia e conta a história de um polvinho que mora naquela região. A cada nova página, ele explora e descobre o universo marinho.
Em entrevista ao Fauna News, a autora Bia Hetzel comentou como surgiu a ideia e a parceria para a realização do livro. “No ano passado, para minha grande alegria, o projeto estava em fase de renovação e acharam por bem criar a área de conservação de imagem. E fui chamada para liderar isso. É uma área dentro do projeto que lida com criações artísticas e também com divulgação científica. Livros, vídeos, material de imagem, fotografia e, assim, tem um ano e meio que eu estou trabalhando no Projeto Coral-Vivo. E uma das metas que eu determinei é produzir livros de literatura para crianças. O Grude-Grude é o primeiro.”
O principal intuito com o Grude-Grude é incentivar as crianças a aprenderem sobre conservação de uma forma divertida e alegre. Os autores optaram pela escolha do conto acumulativo, em que há a repetição de ações ou falas, justamente por ajudar na memorização das informações. Dessa forma, a criança desvenda algo novo sobre o universo marinho a cada página. “Livro infantil é uma paixão, espero que tenha um desdobramento de fazer sobre um outro assunto também, aprender brincando, aprender com uma coisa prazerosa. Ler pode ser muito prazeroso e é tão importante sabermos sobre as espécies que existem no Brasil. Quem conhece ama e começa a preservar”, destacou a ilustradora Mariana Massarani.
Para a realização do livro, as autoras contaram com a consultoria científica da doutora em Zoologia, fundadora e coordenadora de produção e arte do Coral-Vivo, Débora Pires. “Ela sempre deu dicas sobre as espécies. Porque não adianta você só procurar na internet. Mesmo que você desenhe um baiacu, tem vários tipos de baiacus que não fazem parte do litoral brasileiro. É muito importante essa parte iconográfica para representar as espécies direitinho. Por exemplo, um dia eu fiz uma pesquisa e a Débora falou: ‘Não, esse tipo de coral não tem no Brasil. Isso é mais do Caribe’. Essa informação visual; essa cultura visual é muito importante. Foi uma assessoria fantástica que ela fez”, disse Mariana. A ilustradora ainda acrescentou: “Aprendi muito fazendo esse livro. Mesmo já tendo mergulhado diversas vezes, é muito bom saber quais são as espécies, como elas agem e quais são os seus costumes.”
O livro está disponível para download gratuito no site do Projeto Coral-Vivo, O Lançamento está sendo feito somente pelas redes sociais por causa da pandemia de Covid-19. Através da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, o livro será distribuído nas escolas, creches e bibliotecas da rede pública da prefeitura. Além disso, Fábio Negrão, coordenador de sensibilização do Projeto, está realizando atividades de contação do Grude-Grude durante toda esta semana do Dia das Crianças para as crianças das comunidades costeiras que têm envolvimento com a área da base do Coral-Vivo de Arraial d’Ajuda, no sul da Bahia.
