
Por Marcelo Calazans
Técnico em agropecuária, administrador de empresas e fotógrafo.Foi professor da disciplina Fotografia de Natureza pelo Senac-MS
photoanimal@faunanews.com.br
Opa, tudo bem? Espero que sim.
Tivemos uma pequena pausa de uma semana para férias! Afinal, ninguém é de ferro…
Dando continuidade aos tipos de fotografia de animais, hoje falarei sobre a fotografia macro.
Cada dia que passa, mais e mais câmeras são lançadas no mercado, com capacidades, efeitos e tecnologias para facilitar a vida dos amadores da fotografia. Porém, uma função encontrada já há muito tempo em praticamente todas as câmeras – mesmo em algumas muito simples – é a capacidade de fazer macrofotografia.
Essa disciplina do fazer fotográfico encanta a todos, uma vez que seu grande mérito é trazer em suas imagens detalhes minúsculos do mundo que nos cerca. Usada principalmente na fotografia de natureza, a macro também descobre o espaço urbano e os produtos industrializados de uma forma inusitada. A macrofotografia também é muito utilizada nas ciências naturais, por revelar estruturas de seres minúsculos com muita clareza.
Existem mais de um milhão de espécies conhecidas de insetos habitando o nosso planeta e muitas dessas pequenas criaturas podem estar bem próximas de nós. A propósito, um inseto é um artrópode. Para ser classificado como inseto, ele deve ter o corpo segmentado, seis pernas, duas antenas, olhos compostos e, muito provavelmente, asas. Fotografar insetos e outras pequenas criaturas pode ser muito divertido e você só precisa se aventurar até o seu quintal para encontrar um novo mundo em fotografias macro ou em close-up.
Algumas dicas rápidas sobre fotografias macro:
A primeira regra básica de fotografias em close-up é se aproximar do assunto. Fotografias de insetos requerem uma lente macro, o que irá permitir focar bem próximo do assunto. Uma lente macro permite que você fotografe o seu assunto em um tamanho próximo ao real.
Você também vai querer usar um tripé para estabilizar a câmera, especialmente quando estiver usando uma lente telefoto ou uma velocidade do obturador longa. Quando disparar com a câmera em um tripé, usar um cabo de disparo para acionar o obturador é o método ideal de disparo. Alguns fotógrafos irão um passo além e travarão o espelho da sua DSLR antes de acionarem o obturador. Isso reduz ainda mais a possibilidade de movimento e trepidações. Se você não possui um cabo de disparo, você pode usar o temporizador automático da câmera.
Dependendo do quão próximo conseguir chegar, você será capaz de enquadrar o corpo completo do inseto ou uma porção de seu corpo como sua cabeça ou antena. Tenha cuidado para não ser picado.
Porém, o que define uma fotografia como sendo macro? É suficiente chegar bem próximo? Tem que ser uma foto de florzinha?
Isso você vai descobrir agora. Literalmente, a fotografia macro é a fotografia onde o objeto fotografado e a projeção deste no filme (ou sensor digital) têm o mesmo tamanho. Ou seja, pensando em um sensor full-frame ou no filme 35 mm, o tamanho exato da área representada na foto teria que ser – idealmente – de 24 x 36 mm. Claro que conseguir essa precisão é muito difícil (e principalmente muito caro), então existe uma certa permissividade quanto a isso. Assim sendo, para se fazer macro, basta chegar bem perto – bem perto mesmo – do seu objeto e fotografá-lo.
Para se obter boas fotografias macro é importante estar atento a um grande número de questões. A iluminação, a profundidade de campo e até mesmo a existência de temas secundários deve ser motivo de preocupação para o fotógrafo que se dispor a fotografar em close-up. Para ter certeza que nada vai atrapalhar a visualização da sua macro, o ideal é contar com um fundo bastante desfocado, que irá destacar o seu tema de forma surpreendente. Para obter esse efeito de fundo borrado, é necessário uma câmera que permita o ajuste de abertura e deixá-la no menor número possível. Caso sua câmera não permita esse ajuste, não tem problema, se ela tiver um modo macro. Aí, é só selecioná-lo que essa opção deve ser feita automaticamente pelo equipamento.
Como a câmera estará muito próxima ao tema, vale tomar cuidado para que a sombra da lente – ou mesmo do fotógrafo – não apareça na imagem, pois a iluminação é bastante crítica para esta modalidade fotográfica. As sombras também podem atrapalhar no enquadramento do tema, gerando áreas escuras e claras que destoam do objetivo da foto final.
A cor de fundo possui um papel importante na composição. Por exemplo, se um assunto possui uma cor escura (como muitos insetos possuem), um fundo desfocado e mais claro fará com que a criatura se destaque de seus arredores e irá focar a atenção do espectador no assunto.
A técnica para fazer que um inseto se destaque do fundo é usar uma profundidade de campo rasa. A profundidade de campo é definida como a área em frente e atrás do assunto que está em foco. A profundidade de campo é determinada pelo ajuste da abertura. F/stops baixos, como f/2.8 irão oferecer uma profundidade de campo rasa, focando no assunto, enquanto o fundo estará levemente desfocado.
Outra técnica que fotógrafos de natureza usam é posicionar a câmera para que um assunto iluminado mais claro seja fotografado contra um fundo escuro. Expor um assunto bem iluminado, sob plena luz do dia, por exemplo, ou com um flash de preenchimento, irá fazer com que um fundo escuro se subexponha e se aproxime do preto. Este efeito cria um fundo escuro uniforme, fazendo que o assunto se destaque.
Mas se o assunto e o fundo estiverem ambos iluminados, pode se tornar difícil separar o inseto dos seus arredores. Colocar um artigo doméstico como um pedaço de tecido ou papel atrás do assunto pode funcionar como um plano de fundo, isolando o inseto contra um fundo plano e diferenciando-o de seus arredores. Prefira as cores mais escuras, aquelas que combinam com as cores do assunto registrado.
Insetos se movem mais em clima quente, então fotografe eles cedo de manhã ou ao entardecer quando é um pouco mais frio e, então, eles estarão se movendo mais lentamente. A luz disponível nestes horários do dia também irá ser mais lisonjeira.
Como em qualquer estilo de fotografia, manter as suas imagens macro simples pode gerar os mais dramáticos e belos resultados. Paciência e persistência irão valer a pena. Boa profundidade de campo e como isolar o assunto são dois pontos a serem lembrados para excelentes fotografias macro. E claro, para se atingir ótimos resultados, é necessário muito treino, cometer erros e aprender com eles!
Espero que tenha curtido o texto e daqui duas semanas retorno com um profissional-referência nesse tipo de fotografia.
Grande abraço e até lá!