
Análise de Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“Filhotes de onça-parda estão sendo procurados por autoridades ambientais do Paraná depois de perderem a mãe atropelada na terça-feira (21) na PR-364 em Goioxim, na região central do estado. Segundo veterinários, eles estão durante a fase de amamentação e precisam de nutrição.
As buscas são feitas por profissionais da Força Verde, do Instituto Água e Terra (IAT) e também do Centro de Atendimento à Fauna Silvestre.
As equipes usam inclusive equipamento sonoro para tentar chamar a atenção das oncinhas.
Conforme um dos especialistas que participam das buscas, foi identificado que a onça parda fêmea que morreu estava em fase de amamentação e, por isso, deixou filhotes na natureza. Eles têm até 45 dias de vida.
O acidente aconteceu quando o animal possivelmente buscava comida e acabou sendo atingido na rodovia. A condutora do carro chegou a prestar socorro junto a outro homem que passava pelo local, mas a onça não resistiu.” – texto da matéria “Filhotes de onça parda são procurados no Paraná após mãe morrer atropelada durante fase de amamentação”, publicada ontem, 22 de junho, pelo portal G1

Qualquer caso de atropelamento de animal silvestre nunca tem suas consequências restritas somente o espécime que foi atingido pelo veículo. A retirada de um ser de um sistema em que há uma interdependência entre seus elementos pode gerar problemas que, muitas vezes, sequer imaginamos.
A morte de uma onça-parda fêmea gera problemas para seus filhotes, que sem a mãe irão morrer – caso não sejam encontrados e resgatados. Perde-se, assim, uma geração de felinos e gerações futuras, pois a fêmea morta e os pequenos não gerarão descendentes.
Para o ecossistema local, se a população de onças-pardas for pequena e estiver ameaçada, o impacto é ainda maior. A ausência de predadores topo de cadeia pode permitir o aumento da população de suas presas e um efeito em cadeia impacta o equilíbrio da natureza.
A perda de um animal de forma não natural sempre tem grande potencial de ser um impacto negativo para o equilíbrio da natureza. Que encontrem as oncinhas filhotes e que elas sejam encaminhadas para projetos de soltura e de conservação – não ficando somente em cativeiro inútil pelo resto da vida.