
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: onça-parda, suçuarana, onça-vermelha, onça-do-lombo-preto, leão-baio, leãozinho-da-cara-suja, bodeira (Português); león colorado, león de montaña, león bayo, león americano, onza bermeja, mitzli (espanhol); puma, cougar, mountain lion, deer tiger, red tiger (inglês).
Nome científico: Puma concolor
Estado de conservação: "pouco preocupante" na lista da IUCN e "vulnerável" na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ela é personagem famoso de desenho animado, mas ultimamente anda ganhando notoriedade pelas mortes por atropelamento que sofre em nossas estradas. Isso porque a onça-parda, o “Leão da Montanha” dos desenhos de Hanna-Barbera, está vendo seu habitat diminuir drasticamente – e desta vez não há “saída pela esquerda”, como nos desenhos.
A onça-parda é um dos felinos mais bem adaptados a diferentes tipos de ambientes, tanto que é o mamífero terrestre com maior extensão de ocorrência na região neotropical. Originalmente, ela é encontrada desde o sul do Canadá até o extremo sul do continente sul-americano (exceto nas ilhas do Caribe e em algumas regiões do Chile). No Brasil, ela é encontrada em todos os biomas. Mas isso não garante que ela tenha muito lugar para viver atualmente. O crescimento das cidades e da malha rodoviária tem reduzido e fragmentado seus habitat.
Só até o início de junho de 2015 tivemos notícias de onças-pardas mortas por atropelamento nas rodovias Raposo Tavares; BR-101 (ES); Marechal Rondon, em Andradina (SP); RJ-168, em Macaé (RJ); Emanuel Pinheiro (MT); BR-153, em José Bonifácio (SP) e Washington Luís, em Matão (SP). Ou seja, sete animais, numa média superior a um por mês. Isso sem contar o caso de um caçador que foi flagrado e preso pela Polícia Militar Ambiental na rodovia MS-178, entre Bonito e Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, por matar uma suçuarana e todas as outras possíveis mortes por ação humana que não tiveram registro.
Solitária, territoralista e de atividade noturna, a onça-parda forma pares apenas na época do acasalamento. Em tamanho, ela só perde para a onça-pintada (Panthera onca) entre os felinos brasileiros. O peso médio de um macho adulto pode variar entre 40kg e 72kg, já o das fêmeas vai de 34kg a 48kg. Isso faz dela a segunda maior espécie de felino das Américas e a quarta maior do mundo.
O período de gestação da fêmea varia entre 82 e 98 dias e podem nascer de um a seis filhotes com cerca de 400g. Eles ficam com a mãe por um ano e meio ou dois e cada um deles vai viver entre 8 e 10 anos em média. A área de vida desses animais pode atingir mais de 160 km², variando para mais ou para menos, conforme o grau de preservação do habitat e a disponibilidade de presas.
Na hora de comer, as onças-pardas das regiões tropicais procuram presas como pacas, tatus, quatis, aves e répteis em geral, mas podem também abater animais de maior porte como veados, porcos-do-mato, capivaras e jacarés. Existem também relatos de ataques de Puma concolor a animais domésticos de criação, como cabras, cavalos, bois e porcos. E isso gera consequências trágicas para o felino, que é abatido pelos donos desses animais. Infelizmente, não é só nesse caso que o homem age diretamente na mortandade da suçuarana: no Pantanal e nos Pampas há também a caça esportiva.
E uma curiosidade: diferentemente de outros grandes felinos, a onça-parda não ruge ou urra, mas tem uma vocalização semelhante a um miado.