
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: maria-leque-do-sudeste, lecre, maria-lecre, papa-moscas-de-leque e pavãozinho
Nome científico: Onychorhynchus swainsoni
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e sem classificação na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Apesar de possuir hoje apenas pouco mais de 7% de sua cobertura original, a Mata Atlântica tem uma biodiversidade muito grande. (Imagine se ela tivesse sido melhor preservada…). Só de aves, são mais de mil espécies, muitas delas endêmicas, ou seja, só existem nesse bioma. Uma dessas espécies é a maria-leque-do-sudeste, um lindo passarinho que tem sofrido com a fragmentação da floresta.
A maria-leque-do-sudeste é uma espécie naturalmente rara e custosa de ser observada. Isso torna bastante difícil a adoção de ações específicas para a sua proteção. Mas certamente a conservação de seu habitat é fundamental para sua sobrevivência.
O leque do seu nome popular faz referência ao penacho no alto da cabeça, vermelho nos machos e amarelo nas fêmeas. É um lindo ornamento, mas que passa a maior parte do tempo fechado. A maria-leque-do-sudeste não é bicho de ficar se exibindo por aí. Na verdade, ainda não se sabe ao certo qual é a utilidade desse penacho. Especula-se que seja usado para corte ou em situações de ameça e há quem acredite que ele seja um recurso para atrair insetos que acabam confundindo-o com uma flor.
Isso faz sentido. Atrair insetos é muito importante para a maria-leque-do-sudeste, pois eles são a base da sua alimentação: insetos alados com grandes asas, como borboletas e libélulas, mamangavas e vespas. Seu bico chato em forma de pinça com longas cerdas na base é perfeito para a captura de grandes insetos.
Esse interessante e pouco conhecido passarinho mede cerca de 17 cm e pesa entre 13 g e 21 g. Pode ser encontrado na mata, entre 0 m e 800 m de altitude, nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. É silencioso e circunspecto e passa grande parte do tempo pousado em ramos, fazendo seus voos para capturar insetos. Ele constrói ninhos em forma de bolsa com musgo, folhas secas e raízes na extremidade de galhos finos em encostas íngremes ou sobre córregos no interior de matas. A fêmea põe em média dois ovos.