Por Luciana Ribeiro
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Nome populare: jacaré-do-papo-amarelo
Nome científico: Caiman latirostris
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e sem classificação na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Os jacarés são animais extremamente resistentes e bem adaptados às condições de vida na Terra. Surgiram há pelo menos 200 milhões de anos e, junto com seus "primos" crocodilos e aligatores, sobreviveram ao que levou os dinossauros à extinção. Só uma coisa é capaz de ameaçar esses animais: a ação humana, por meio da caça excessiva, da poluição das águas e do desmatamento. Foi o que aconteceu com o jacaré-do-papo-amarelo, que já esteve ameaçado de extinção por causa da poluição em seu habitat e da caça predatória para consumo de carne e retirada de couro. Foi só com a proibição da caça que a espécie se recuperou e saiu da lista de animais ameaçados de extinção.
O jacaré-do-papo-amarelo habita brejos, lagos, mangues e rios numa região que vai do litoral do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e abrange as bacias dos rios São Francisco, Paraná, Paraguai e Paraíba. Também é encontrado na Argentina, no Uruguai, Paraguai e na Bolívia.
Quando adulto, atinge em média dois metros de comprimento, 70 kg e se alimenta de caramujos, peixes, aves e pequenos mamíferos. Ele é esverdeado, mas seu ventre é amarelado, daí o seu nome popular. O focinho é curto e achatado, menor que o das outras espécies. Vive cerca de 50 anos e, diferentemente dos mamíferos, que enfraquecem ao envelhecer, se torna maior e mais forte com o passar do tempo.
Os crocodilianos – e entre eles o jacaré-do-papo-amarelo – se destacam entre os répteis por terem cuidados com os seus filhotes. A fêmea constrói um ninho próximo à água com folhas secas e outros fragmentos de plantas, onde põe de 25 a 30 ovos. Nesse período, ela se torna mais agressiva e fica perto do ninho, o protegendo de predadores como teiús, quatis e mãos-peladas. A incubação varia de 70 a 90 dias e próximo à eclosão, ainda dentro dos ovos, os filhotes produzem uma vocalização que é ouvida pela mãe.
Quando ouve o chamado, ela desmancha o ninho e, caso algum filhote tenha dificuldade ao nascer, a mãe o ajuda e depois ela carrega na boca cuidadosamente um por um até a água. Já estão na água, os filhotes são cuidados pelo macho. Pai e mãe ficam junto Às suas crias ainda por um certo período de tempo, as protegendo de predadores como garças e outras aves.