
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: ema
Nome científico: Rhea americana
Estado de conservação: “quase ameaçada” na lista vermelha da IUCN e não avaliada na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
A ema é considerada a ave mais antiga do continente americano. É uma espécie primitiva, descendente direta dos dinossauros e pertence ao grupo das ratitas, aves de grande porte, pernaltas e que não voam. Na época do descobrimento do Brasil, ela era abundante em todas as regiões descampadas do país e do Paraguai, Uruguai e Argentina. Atualmente já não é tão fácil encontrá-la. E ela desaparece em locais onde a população humana é mais densa.
Chegando a medir até 1m70 de altura e a pesar até 34 kg, é a maior e mais pesada ave brasileira. E a ema é também uma grande velocista: quando perseguida, pode atingir 60 km/h. Ela pode não voar, mas usa as asas para se equilibrar e mudar e direção na corrida.
Esta é uma ave onívora, ou seja, come de tudo: sementes, folhas, frutos, insetos, roedores e outros pequenos animais. Para ajudar na digestão, a ema come muitas pedrinhas e coquinhos, que facilitam a trituração dos alimentos. E ela cumpre um importante papel ecológico: atua como dispersora de plantas, pois elimina as sementes nas fezes.
Se você ouvir uma ema emitindo um som profundo e potente, quase um mugido, pode saber que é época de acasalamento. É só nessa época que essa ave vocaliza. O macho forma um harém de cinco ou seis fêmeas, escolhe o território e faz um ninho. Para atrair a fêmea, ele abre as asas, dá passos de dança e até canta. Quando o ninho fica cheio de ovos, cerca de uma dúzia, ele afasta as fêmeas e começa a chocá-los. Os filhotes nascem cerca de seis semanas depois e são cuidados pelo pai.
Visualmente, é possível diferenciar machos de fêmeas pelas manchas pretas no pescoço, peito e dorso dos primeiros. E por causa do interesse humano pelas penas, a ema já foi muito caçada, tanto que hoje algumas subespécies estão em risco de extinção. Conscientes disso, algumas escolas de samba já proíbem o uso de penas de emas, numa tentativa de diminuir o interesse pela caça deste animal.