Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br
Nomes populares: coruja-buraqueira, caburé-do-campo, coruja-do-campo, coruja-mineira, corujinha-do-buraco, guedé, urucuera, urucuréia e urucuriá
Nome científico: Athene cunicularia
Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Ela tem lindos olhos amarelos, é capaz de girar a cabeça até 270 graus e sua audição é apuradíssima, podendo localizar sua presa apenas com esse sentido. Essa é a coruja-buraqueira, uma das corujas mais comuns no Brasil. Ela ocorre do Canadá à Terra do Fogo e só não é muito vista nas áreas mais densas de floresta na Amazônia.
Vive em campos, cerrados, pastos, restingas, praias e também mais próxima do homem, em aeroportos e terrenos baldios nas cidades. Seus hábitos são tanto diurnos quanto noturnos, mas o auge de sua atividade é durante o crepúsculo. Assim, não é muito difícil avistar uma coruja-buraqueira por aí.
Se ela tem hábitos alimentares e outras características comuns a todas as corujas, tem também as suas peculiaridades. O seu nome, tanto o popular quanto o científico (cunicularia quer dizer “pequeno mineiro”), remete ao seu modo de vida, já que esta os animais dessa espécie ocupam tocas abandonados de outros bichos, como tatus, ou buracos que eles mesmos cavam usando os pés e o bico. É nesses buracos que a fêmea bota seus ovos (de 6 a 11 a cada período de reprodução). Mas a toca não é usada apenas como ninho. É ali também que a coruja-buraqueira se esconde, descansa e passa parte do dia.
E quando não está na sua toca é comum ver a coruja-buraqueira durante o dia, pousada ereta no chão ou em postes, troncos e muros de um jeito que nenhuma outra coruja fica: apoiada em uma perna só.
A buraqueira se alimenta de insetos como besouros, grilos, gafanhotos, além de pequenos roedores, morcegos, répteis, anfíbios e pequenas aves. Como toda coruja, ela é uma ave de rapina, quer dizer, uma caçadora carnívora. Há estudos que estimam que um casal de corujas-buraqueiras consome de 12.300 a 26.200 insetos e de 540 a 1.100 roedores por ano. Ou seja, é um muito eficaz instrumento de controle de pragas urbanas.