Possui graduação em Ciências Biológicas e mestrado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é doutoranda pela mesma instituição, trabalhando junto ao Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias (NERF-UFRGS).
Seus interesses estão ligados à conservação da natureza, principalmente à Ecologia de Rodovias para a compreensão dos impactos dos empreendimentos viários sobre a fauna.
A classificação dos organismos que habitam nosso planeta em espécies, suas distribuições (passadas e presentes) ao redor do globo e o que os faz estarem em alguns lugares e em outros não são temas que constantemente permeiam nossas investigações a respeito da vida. Entender essas relações nos diferentes grupos animais e vegetais move muitas perguntas científicas.
Mas por que isso importa?
Além de mover a curiosidade humana, essas informações são essenciais para saber o grau de ameaça das espécies e para planejar possíveis estratégias de conservação. Recentemente, pesquisadores brasileiros, conjuntamente com autores de outros países, publicaram um estudo identificando uma nova espécie de gato-do-mato. Sem entrar em muitos detalhes (que podem ser encontrados no artigo), eles conseguiram distinguir que o que eram consideradas duas espécies, na verdade, eram três. Além disso, identificaram reduções preocupantes em suas distribuições geográficas. Isso graças a uma análise integrada que considerou diferentes aspectos das espécies: morfologia, biogeografia e relações ecológicas com a paisagem e com o clima.
Mas o que isso tem a ver com a coluna sobre fauna e transportes?
Para fazer essas análises, os pesquisadores precisaram reunir uma grande quantidade de dados, principalmente de pontos de ocorrência da espécie —coordenadas geográficas dos locais onde as espécies foram registradas, além de dados morfológicos e imagens feitas por meio de armadilhas fotográficas. Para isso, contaram com a colaboração de diferentes pessoas que disponibilizaram dados provenientes de muitos locais, projetos e fontes distintas. Incluindo até mesmo alguns registros de fauna atropelada.
É interessante pensar como o licenciamento ambiental, incluindo os muitos empreendimentos rodoviários e ferroviários brasileiros, tem o potencial em auxiliar no avanço da Ciência em muitos aspectos, inclusive em áreas que não pareçam tão óbvias em um primeiro momento. Dados originalmente coletados para um objetivo podem ser utilizados para outros propósitos e em outras escalas, podendo auxiliar em estratégias para a conservação das espécies não só dentro dos projetos específicos, mas para além deles.
Muitas vezes, no licenciamento ambiental, são coletados dados em locais de difícil acesso, que podem ser extremamente importantes para estudos como o citado anteriormente. O desafio está em tornar essas iniciativas colaborativas mais frequentes e em facilitar o compartilhamento dos dados, mas acredito (e espero) que esse caminho esteja se tornando cada vez mais frequente!
Observação: as opiniões, informações e dados divulgados
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Possui graduação em Ciências Biológicas e mestrado em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é doutoranda pela mesma instituição, trabalhando junto ao Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias (NERF-UFRGS). Seus interesses estão ligados à conservação da natureza, principalmente à Ecologia de Rodovias para a compreensão dos impactos dos empreendimentos […]
