Por Luciana Ribeiro
Jornalista e tecnóloga em Gestão Ambiental
olhaobicho@faunanews.com.br
Nome popular: cervo-do-pantanal
Nome científico: Blastocerus dichotomus
Estado de conservação: “vulnerável” na lista vermelha da IUCN e na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
O nome já diz, o cervo-do-pantanal habita áreas inundáveis e pantanosas e pode ser encontrado no sudeste do Peru, no Paraguai, na Bolívia, no nordeste da Argentina e em vários Estados brasileiros: Rondônia, Amazonas, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, no norte do estado de Minas Gerais (bacia do rio São Francisco) e na região Sul do Brasil. Mas a população residente no Pantanal representa quase 90% do total da espécie no país.
Ele é o maior cervo da América do Sul, podendo atingir 1,20 metro de altura e 150 quilos. Seu porte é elegante e, além disso, ele ostenta uma grande e bonita galhada, normalmente com cinco pontas de cada lado. Mas as ramificações aumentam com o passar dos anos e indivíduos mais velhos chegam a apresentar 20 ramificações em seus chifres.
E essa bela galhada é uma das causas da vulnerabilidade da espécie. Acredite, ela é objeto de desejo de caçadores que matam apenas para expor os chifres do animal como troféu. Já outros caçadores também miram o cervo-do-pantanal em função de seu couro. Apesar de ser um corredor veloz e um exímio nadador, nem sempre ele consegue fugir desse implacável predador. Naturalmente, o cervo-do-pantanal possui poucos predadores, mas pode ser vítima de onças-pintadas, onças-pardas, jacarés e sucuris, além de o lobo-guará poder se alimentar de seus filhotes.
A construção de grandes barragens, que acabam com as áreas de várzea, e o contágio de doenças transmitidas pelo gado – com quem os cervos convivem proximamente nos períodos de cheia na região pantaneira – são outros grandes responsáveis pelo declínio da população desses animais. E a análise do aumento ou da diminuição do número de cervos-do-pantanal é considerada por pesquisadores um indicador biológico, ou seja, se a população está em crescimento ou estável é sinal de que o ecossistema está em equilíbrio. Já a diminuição é indício de desequilíbrio.
O cervo-do-pantanal se alimenta de gramíneas, plantas aquáticas e semiaquáticas. É um animal que não forma grupos numerosos. Costuma viver solitário e demarcar seu território com fezes e urina e friccionando os chifres em árvores e troncos. Diferente de outras espécies de cervídeos, os machos não brigam pelas fêmeas na época da reprodução. A gestação dura cerca de nove meses e normalmente nasce um único filhote, que pesa em torno de cinco quilos e, em menos de uma semana, já segue a mãe.
– Texto originalmente publicado em 11 de novembro de 2015
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