Análise de Dimas Marques
Editor-chefe
dimasmarques@faunanews.com.br
“Uma onça-pintada foi domesticada por funcionários de uma fazenda próxima a Cáceres, a 220 km de Cuiabá, após perder a mãe nas queimadas que ocorreram no Pantanal em 2020. Nesta quinta-feira (3), o animal foi resgatado por instituições ligadas à preservação da fauna, após solicitação do próprio dono da propriedade.
Em imagens registradas pelos agentes responsáveis pelo resgate é possível ver ‘Marruá’, como é chamada, caminhando tranquila ao lado das pessoas.
O animal foi encontrado dentro da sede da fazenda. Em um vídeo, ela brinca com um dos policiais pela janela da casa.
“Ela estava realmente domesticada. Não tivemos nenhum problema para chegar perto dela, inclusive chegamos até a fazer carinho nela”, disse um policial ambiental que ajudou no resgate.
Segundo a Polícia Ambiental, apesar de ser ‘mansa’ com pessoas, ‘Marruá’ passou a matar os animais criados na propriedade e, por isso, o fazendeiro decidiu pedir ajuda para levá-la para um local mais adequado.” – trecho da matéria “Onça-pintada é domesticada por funcionários de fazenda após perder a mãe em queimadas no Pantanal de MT”, publicada em 3 de fevereiro de 2021 pelo portal G1
https://www.youtube.com/watch?v=UIqVXOlkCDA&t=39s
Imagens: PM Ambiental MT/UOL
A onça, uma fêmea com dois anos e cerca de 85 quilos, não apresentava sinais de maus-tratos. Vivia solta e até entrava em imóvel na sede da fazenda.
Teria sido falta de informação que levou as pessoas a não informarem a Secretaria de Meio Ambiente ou a PM Ambiental quando o animal apareceu na fazenda? Ou as pessoas acharam “legal” ter esse tipo de bicho na propriedade, sendo o mascote de todos?
Na Amazônia, há vários relatos de filhotes de onças-pintadas criados como mascotes de comunidades, que ficam preso por anos em recintos feitos de madeira. Como esses animais foram parar nessa situação? Geralmente as mães foram mortas por caçadores.
Órfãs de ações de caçadores ou de queimadas promovidas pela ação humana, essas onças perderam a liberdade e a possibilidade de cumprirem suas funções ecológicas nos ecossistemas em que viviam. Nunca mais retornarão à vida livre por conta da irresponsabilidade humana.