Mais um gigante ameaçado: a raia-manta

Nomes populares: arraia-jamanta, manta, raia-manta, morcego-do-mar, peixe-diabo, raia-diabo, jamanta
Nome científico: Mobula birostris
Estado de conservação: “em Perigo” (EN) na lista vermelha da IUCN e “vulnerável” (VU) na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção

Raias-manta estão entre os animais mais lindos e majestosos do planeta.

Com suas dimensões titânicas, essas gigantes marinhas deslocam-se pelos oceanos em movimentos graciosos, como se estivessem voando. Às vezes até o “fazem”, quando saltam para fora da água!

Ocorrendo em águas tropicais e subtropicais, as mantas pertencem a um grupo inicialmente formado por duas espécies (que já se acreditou tratar-se de uma só): a Mobula alfredi, ou manta-de-recife e a Mobula birostris, ou manta-oceânica. Dessas, apenas Mobula birostris ocorre no Brasil.

Recentemente, uma possível nova espécie foi identificada em Fernando de Noronha e está sendo investigada como uma espécie latino-americana, que habitaria desde o Golfo do México até o Sudeste brasileiro.

Mantas oceânicas estão entre os maiores peixes cartilaginosos do oceano. Apresentam o corpo em forma de losango, alcançando de seis a oito metros de envergadura e pesando até duas toneladas.

Sua coloração é escura no dorso, com desenhos claros. O ventre claro apresenta manchas únicas para cada indivíduo, podendo ser usadas como forma de identificação de cada um.

As raias-manta, ao contrário de outras raias, não possuem ferrão.

As nadadeiras cefálicas em forma de chifres renderam-lhe o apelido de peixe-diabo. Aliás, essas estruturas as auxiliam na obtenção do alimento (em grande parte plâncton, a ser filtrado pelas brânquias, e  peixes), o direcionado à boca, além de participarem do nado.

Os dentes, minúsculos, limitam-se à mandíbula e são de grande ajuda no acasalamento, quando o macho os usa na contenção da fêmea durante a cópula. São animais vivíparos e cada ninhada é composta por um filhote, eventualmente dois.

Seu ciclo reprodutivo é lento, já que a gravidez leva de 12 a 13 meses e há um período de dois anos entre as gestações.

A baixa taxa de reprodução dificulta a recuperação das populações da espécie. Essa característica acaba contribuindo para as raias-manta estarem ameaçadas de extinção, já que elas têm enfrentado grande pressão por causa da caça em busca de suas barbatanas e brânquias para venda, da degradação ambiental, da elevação da temperatura do mar devido ao aquecimento global, da presença de microplásticos no oceano, da pesca acidental, da sobrepesca e da destruição de áreas de reprodução.

Seu grande porte as ajuda a se manterem a salvo de predadores, representados por orcas e alguns grandes tubarões (tigre, cabeça-chata e martelo, por exemplo). As raias-manta não são páreo para esses animais.

No Brasil, assim como em outros países, o comércio internacional de partes ou derivados desses animais é proibido. A pesca, retenção a bordo, transporte e comercialização de raias da família Mobulidae são proibidas em todo território nacional.

Infelizmente, a falta de fiscalização não ajuda no cumprimento das leis.

Ações de divulgação científica assim como projetos, a exemplo do Projeto Mantas do Brasil, são iniciativas que podem ajudar a reverter a situação de vulnerabilidade em que a espécie se encontra.

Vídeo: Projeto Golfinho Rotador

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